QUEM SOMOS

CAVALEIROS - alusão aos Templários, às Cruzadas e à Távola Redonda. HERMON - o termo remete-nos ao Monte Hermon, em cujo topo se forma a neblina que se condensa em forma de garoa, o orvalho consagrado pelo Salmo 133. Essa precipitação "tolda parcialmente o sol escaldante do sul do Líbano, e umedece seu solo, transformando-o numa das regiões mais férteis e amenas do Oriente Médio."

Nós Cavaleiros do Hermon, na constante busca para tornar feliz a humanidade, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, nos reunimos às sextas-feiras a partir das 20h00 , na Avenida Pompéia, 1402 - Templo Ir.'. Willian Bucheb - São Paulo - SP.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

"DEVEMOS CULTIVAR NOSSO JARDIM"






Gostaria simplesmente de ter a capacidade de marketing das agências de publicidade de certos partidos políticos!
Em que pese discussões políticas partidárias serem proibidas dentro de uma Loja, estas não são quando das relações interpessoais envolvendo os Maçons.
Quando entrei na Ordem tinha para mim o ideal, o mesmo ideal que possuía quando fui nas têmperas do Regimento de Cavalaria Forjado, fui recebido maçom com a certeza de que poderia e deveria mudar a sociedade, ainda que fosse a pequena fração da sociedade a qual pertencia e pertenço. Mesmo sentimento que seis anos antes do ingresso na Cavaleiros do Hermon fui acometido quando resolvi servir e proteger o Povo Paulista e Brasileiro.
Encontrei irmão nos quatro cantos das Terras de Pindorama, combati o bom combate nos mais longínquos rincões, guardando sempre a minha fé e meus ideais de bem servir. Porém, hoje, tendo saber o que acontece com os mais jovens, mas não os mais jovens de idade profana, falo daqueles que ingressaram nos últimos 5 anos nos quadros da Ordem.
Onde está o interesse em servir?
Onde está a pré-disposição?
Onde está o compromisso e o comprometimento?
Onde está o cumprir o juramento?
Onde está a Proatividade?
Onde está o ser Maçom?
Talvez estas perguntas consigam responder o estudo realizado a dois ou três anos relativos a evasão maçônica; as lojas estão se esvaziando pelo choque de identidade e principalmente o choque de gerações. Ao que parece o daninho espírito inovador vem vencendo a batalha.
Porque você meu irmão ingressou na maçonaria? Se responder esta pergunta, me diga porque então não faz acontecer o motivo pelo qual lhe fez procurar a instituição?
Você se deixa levar o abater por situações que presencia, ouve ou vê? Se sua resposta for sim, então não está preparado para ser maçom, pois ser maçom é não se abater com aquilo que te aborrece, afinal, caso se deixe vencer ou ferir, fatalmente desistirá, estando a vitória em mãos erradas; no entanto caso se resigne  da derrota e tenha assim um senso mínimo de resiliência, saberá que toda associação composta por pessoas possui suas falhas, cabendo aos bons simplesmente trabalhar, fazendo do seu mundo o melhor dos mundos possíveis, ainda que em um primeiro momento utilizemos da visão utópica de Cândido a ele imposta pelos ensinamentos de Pangloss[1], seu mestre.
E assim deve ser na maçonaria, na Loja, ou seja, independente das possíveis frustrações, se você realmente quer ser maçom, tem que ser resiliente, porém se quiser estar acima da média, ser um diferencial entre os comuns, ser de fato maçom e não apenas estar maçom, ai começamos a ver o quão é difícil atingirmos a meta, porém não impossível, assim como tudo aquilo que alguém se propõe a fazer e ser o melhor.
Ao vermos uma bailarina dançando sublime, flutuando no palco como se tivesse o peso de uma pluma, com seu belo e atraente traje, falamos isso é comum, é fácil, é só uma dança; mas esquecemos quantas horas de dedicação isso levou, quantas hora de diversão foram sacrificadas, mas principalmente, esquecemos que a grande maioria dos bailarinos desistem antes de terem a oportunidade de uma grandiosa apresentação; parecer leve e bailar como uma pena ao vento exige que se esforce e supere a dor de como se estivesse andado descalço nas pontas dos pés sobre o asfalto quente; esquecemos ao ver a beleza da dança de pedir para  ver os pés descalços de uma bailarina.
Enfim, se maçom é exigir maturidade espiritual, é se dedicar para que se mantenha o espírito de grupo, ainda que comunguem disso apenas um punhado de irmãos; ser maçom e fazer a maçonaria com a alma é saber que teremos dores e frustrações; é portanto saber que por baixo de uma bela sapatilha existe um pé com dedos calejados e sofridos, porém que se esforçam para que o espetáculo, a beleza, a firmeza, o comprometimento e a busca por um ideal, sempre vençam.

Retornando a frase inicial “Gostaria simplesmente de ter a capacidade de marketing das agências de publicidade de certos partidos políticos!”. Coloco esta frase, pois algumas agências são de tamanha competência que conseguem em época de eleições, a cada dois anos, fazer com que muitos de nós votemos nos mesmos que nada fizeram e ainda fraudaram, tolheram, achincalharam, sucatearam e outras tantas atrocidades fizeram em detrimento de nosso povo.
Mas gostaria dessa capacidade, ou encontrar irmão que tivessem essa capacidade coercitiva e aglutinadora, para de fato poder dar novo folego a mais bela e importante associação que já existiu, existe e não sei se no futuro existirá.
A maçonaria dentro de seus fundamentos comunga de uma filosofia. Alveriano de Santana Dias, inicia seu artigo “A MAÇONARIA SIMBÓLICA E A FILOSOFIA”[2] com a seguinte reflexão inquisitória: O que se entende por Filosofia Maçônica? Como ela exercita seus Postulados, Normas, Constituições, Regulamentos e Regimentos Maçônicos? É esclarecido ou informado ao profano que ele vai fazer parte de uma Instituição Filosófica, ou simplesmente exigimos dele uma boa conduta “moral”? Será o suficiente para o que pretende a Instituição que tem a filosofia do “ser livre e de bons costumes” como seu postulado? Ao Aprendiz são apresentadas as diretrizes para que ele possa exercitar a arte do pensar, procurando, primeiro, conhecer a “si” mesmo e, depois, praticar a caridade, que é peculiar a todos aqueles que, mergulhados em seu “EU”, encontram respostas para os seus questionamentos e, posteriormente, exercitar esse aprendizado? O que dizer, então, do Companheiro e do Mestre Maçom?
A propaganda feita ao aprendiz, quando ainda profano, certamente lhe inferiu sentimentos que teria mudada sua vida ao pisar em um templo, porém, sabemos que pouco se explora da filosofia maçônica tão vasta, ocasionando assim a desconstrução do pensamento e aplicação do saber maçônico para efetiva aplicabilidade no dia a dia do maçom no mundo profano.
O homem maçom, não sabe como praticar a maçonaria, não tem a menor ideia de como exercitar o que aprendeu, por ter aprendido mal.
DIAS ainda conclui: “... vem ocorrendo uma inversão de valores, ocasionando uma constante evasão nos quadros de obreiros das Lojas. O principal motivo é que as reuniões estão limitadas às leituras dos rituais e ao bater dos malhetes. Desse modo, quando o obreiro chega a Mestre, tem uma visão equivocada de que não há mais nada a fazer ou aprender, muito menos a ensinar aos neófitos sobre o que pretende a Maçonaria, por desconhecimento da sua base filosófica ou por simples acomodação. É o retrocesso... O conhecimento, que se arrasta durante séculos, aos poucos, vai ficando no ostracismo”.
Por isso, indaguei a vontade de termos em nossos quadros pessoas capazes de introduzir o amor à sabedoria maçônica, ou seja, a filosofia e sua aplicação, na cabeça dos novos maçons, como fazem os publicitários com eleitores, pois a campanha feita é impressa no subconsciente do eleitor, fazendo com que o mesmo se apaixone pelas ideias de seus candidatos. Talvez seja isso que nos falte, a impressão do amor à ordem em nosso subconsciente.
Por fim, encerro mais uma vez com o enigma de Voltaire "devemos cultivar nosso jardim", criando dentro do que é possível o melhor dos mundos, ou a melhor das Lojas dentro daquilo que compete a cada um de nós.         

Fraternalmente,

Ir⸫ EUCLIDES CACHIOLI DE LIMA



[1] François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire - Cândido ou O Otimismo ou simplesmente Cândido - jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."
[2] REVISTA O BUSCADOR REVISTA DE CIÊNCIA MAÇÔNICA  - LOJA MAÇÔNICA DE ESTUDOS E PESQUISAS RENASCENÇA - O Buscador - Campina Grande- PB Brasil Ano I N° 2 pag. 21 – 31 abr/jun - 2016

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