QUEM SOMOS

CAVALEIROS - alusão aos Templários, às Cruzadas e à Távola Redonda. HERMON - o termo remete-nos ao Monte Hermon, em cujo topo se forma a neblina que se condensa em forma de garoa, o orvalho consagrado pelo Salmo 133. Essa precipitação "tolda parcialmente o sol escaldante do sul do Líbano, e umedece seu solo, transformando-o numa das regiões mais férteis e amenas do Oriente Médio."

Nós Cavaleiros do Hermon, na constante busca para tornar feliz a humanidade, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, nos reunimos às sextas-feiras a partir das 20h00 , na Avenida Pompéia, 1402 - Templo Ir.'. Willian Bucheb - São Paulo - SP.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

O TEMPO



Texto elaborado por: Irmão Marcos Antônio Xavier Filho

Obreiro da Loja Maçônica Cavaleiros do Hermon 335
Data da elaboração 22OUT2018.




Desde o inicio, entendemos o tempo como um conceito adquirido por eventos. Experiências estas que ocorrem ordenadas de forma cronológica e resultando em diferentes destinos. Visto como processo linear pelo cristianismo, a idealização do tempo tem sido muito discutida desde os primeiros registros da cultura ocidental. Os cristãos organizam-se de acordo com acontecimentos singulares, como por exemplo, o marco do cristianismo: o nascimento, crucificação e ressurreição de Cristo. Estes são acontecimentos únicos. Também o apocalipse simbolizando o fim do mundo e encerramento de um ciclo que não mais irá se repetir. Já a filosofia oriental, suporta que o tempo, assim como o espaço, são invenções de nossa mente. Acreditam na rotatividade temporal. Essas teorias eram iminentes, uma vez que os homens sempre buscaram conhecimento a respeito da vida e da natureza, como os movimentos da terra, estações do ano, plano orbital do nosso planeta em interseção com a esfera celeste, sucessão de dias e noites, alterações climáticas, funções de cada grupo alimentar, fitoterapia e assim por diante. Esses fatos naturais sobre a rotatividade do tempo conduziram as civilizações antigas, e seus pensadores a imaginarem que o tempo também seria circular, ou seja, a evolução da natureza seria baseada na repetição. Para os egípcios, por exemplo, os dias eram representados pelos barcos sagrados do deus do Sol Rá, conhecidos também como barcas solares, chamadas de Mandjet e Mesektet. O Mandjet era o barco que Rá utilizava para atravessar o céu, e o Mesektet era o barco que o levava ao submundo. O deus Sol era entendido em quatro fases: a primeira ao nascer do sol, recebendo o nome de Khepri (ou Kopri); a segunda ao meio-dia, sendo contemplado como um pássaro ou com o próprio barco a navegar; a terceira ao pôr-do-sol, visto como um homem velho que descia à terra dos mortos; na quarta fase, durante a noite, era visto como um barco que navegava ao leste preparando-se para o dia seguinte, onde tinha de lutar ou fugir de Apep (de acordo com alguns teóricos, denominado também como Apópis), a grande serpente do caos que tentava devorá-lo.

 A ideia de um tempo progressivo, sempre novo, e a ideia de que o tempo é cíclico marcado pela transformação é discutida não somente na filosofia. Este é um assunto também recorrente a literatura.
Considerando então que tanto a literatura quanto a filosofia tem o papel de questionar tudo que vivenciamos como um padrão, então qual é a perspectiva da literatura a respeito do tempo?
Heráclito de Éfeso faz a seguinte citação a respeito do tempo: “O tempo é uma criança que brinca, movendo as pedras para lá e para cá; governo de criança”. Para Heráclito o tempo não segue a uma sequencia de acontecimentos, é totalmente casual como o jogar de dados por uma criança. E analisando a questão das mudanças que o tempo nos proporciona, há um outra frase de Heráclito que diz: “ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. A analogia feita por Heráclito utiliza o rio, porque em alguns momentos se olharmos de longe parece estar estagnado, mas quando nos aproximamos somos testemunhas do deslocamento incessante das águas.       
Na maçonaria sabemos que não só ele muda. Nós também mudamos. Na segunda vez que entramos tanto nós quanto o rio somos um outro, buscamos conhecimento e aperfeiçoamento, buscamos sempre aparar as arestas de nossa pedra bruta.
Borges em A Arte Poética diz:

“Fitar o rio feito de tempo e água
e recordar que o tempo é outro rio,         
saber que nos perdemos como o rio         
E que os rostos passam como a água.”

“Rio feito de tempo e agua”. Nessa afirmação rio não é constituído somente por água; na fluidez da água também existe fluidez do tempo, diferenciada apenas na frequência vibracional de suas partículas se olharmos mais de perto– Então um tempo não é apenas uma sequencia de eventos ou momentos, mas um marco dos momentos que se passam. O tempo é outro rio, e flui por si, sem ser sustentado nem fundado: atua por si só. Atua e deixa marcas em toda a humanidade. “E que os rostos passam como a agua.”.
Voltando ao pensamento de Heráclito, a base dentro da doutrina do eterno retorno e isso porque na perspectiva de Nietzsche tudo é um eterno fluir e um passar incessante de todas as coisas numa eterna circularidade. Não há início, meio ou fim, mas as eternas mudanças. Para ele assim como para o niilismo o mundo não tende a um fim, não tende a um propósito.          
Através de outra abordagem diferente da filosofia, mas acrescentando seu sentido a concepção de tempo pela literatura, também pode ser vista como forma de contestação ao padrão ocidental de estudos filosóficos a cerca dos fins, propósitos, objetivos e finalidades. Apesar de ser impossível afirmar o que é o tempo definitivamente, a literatura representa nossa experiência do tempo grafado na história em todo seu dinamismo. Torna conceitos filosóficos mais acessíveis e palpáveis. Enquanto a filosofia teoriza sobre, a literatura tem a liberdade de utilizar seus conceitos e teorias nas construções de historias poéticas e singulares sobre o tema como Guimaraes Rosa em Grande Sertão Veredas ou contestar através da própria estrutura narrativa. Em Borges por exemplo não há inicio, meio ou fim. A estrutura narrativa de Borges apresenta uma ideia de forma não ortodoxa e fragmentada. Vai de encontro ao encadeamento de ideias que vão se desenvolvendo e combinando em um modelo tradicional.
Em Grandes Sertões Veredas, de forma criativa e poética, Guimaraes Rosa trabalha com esse questionamento sobre o tempo e mudanças propostas por Heráclito. Não só as mudanças em si, mas seus efeitos nos homens. Grande Sertão de Guimarães Rosa representa a filosofia e seus conceitos.

“O mais importante e bonito do mundo é isso     
Que as pessoas não são sempre iguais    
Ainda não foram terminadas        
Mas que elas vão sempre mudando         
Afinam ou desafinam        
Verdades maiores é o que a vida me ensinou.”




Pelos fragmentos deixados por Heráclito e nessa obra de Guimarães Rosa, percebe-se que filosofia e literatura complementam-se e se enriquecem. Estão entranhadas no papel de questionar, indagar o que é dito como padrão, papel esse que também tem o maçom.
O conceito do tempo pode ser multidimensional, cheio de significados, tão amplo que a realidade difere a cada ponto de vista, mas nenhum destes conceitos de tempo invalidam o nosso tempo cronológico em si, mas sim o abarcam e transcendem. Fazendo sempre lembrarmos que precisamos dividir nosso tempo com sabedoria, buscando o momento certo para semear e colher, para trabalhar e descansar, assim como também o momento certo de agir assim com se abster.
Devemos utilizar todas as ferramentas que estejam, ou, que temos disponíveis ao nosso alcance, se assim necessário para nossa evolução e não podemos esquecer a duração do tempo é um estado que nenhum obstáculo poderá esgotar os movimentos. Não é uma mera condição de repouso, pois uma pequena imobilidade significa também um retrocesso, uma vez que as águas do rio não esperarão por você. O tempo é o movimento de uma totalidade organizado por nossas ações e completo em si mesmo. Esses movimentos cíclicos ou contínuos se realizam segundo a lei que dita que a cada término dá-se lugar a um novo começo. O objetivo é sempre atingido por uma direção interna: a inspiração, a sístole, a contração, o V.I.T.R.I.O.L.. Esse movimento se transforma num novo começo tomando a direção externa: a expiração, a diástole, a expansão e por fim as nossas ações.


BIBLIOGRAFIA        

https://focoartereal.blogspot.com/2017/08/o-que-e-o-tempo-para-o-macom.html

sexta-feira, 26 de abril de 2019

UM CAVALEIRO DO HERMON EM GUAYAQUIL



O Irmão Volnei Spelocin, membro ativo da Loja Maçônica Cavaleiros do Hermon, em missão profissional pela G9 do Brasil, treinar militares e profissionais de segurança equatorianos, pode também romper as fronteiras maçônicas e assim elevar o nome de nossa querida Oficina. Após ser reconhecido pelos Irmãos daquela Nação Amiga e aceito nos trabalhos, pode vivenciar uma experiência muito boa, reafirmando que a "Maçonaria não é regional e se espalha por todos recantos da terra". Fortalecendo assim nossos laços de fraternidade.

Visita a ARLS Guayaquil Independiente nº 51, filiada à Grande Loja do Equador, assim como a GLESP, também reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE).       







Parabéns pelo profissionalismo e pelo empenho em manter o bom nome da nossa Fraternidade e em especial dos Cavaleiros do Hermon.   


terça-feira, 23 de abril de 2019

MAESTRO CARLOS GOMES





Antônio Carlos Gomes
Nascido em Campinas em 11/07/1836, foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no renomado Teatro Scala, em Milão, na Itália. É o autor da ópera “O Guarani” e patrono da cadeira de número 15 da Academia Brasileira de Música. Teve o nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, em 26 de dezembro de 2017.
Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18 anos, em 1854, compôs a Missa de São Sebastião, sua primeira missa, repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compôs a modinha “Suspiro d'Alma”, com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.
Cercado por autoridades e amigos, com o governador Lauro Sodré à cabeceira, Carlos Gomes morreu às 22 horas e 20 minutos de 16 de setembro de 1896. Monumento-túmulo do compositor e maestro Carlos Gomes, localizado no Largo do Carmo em Campinas

Epílogo
Carlos Gomes faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou, mesmo no estrangeiro. Quando da estreia O Guarani, em Milão, o famoso tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: "Onde se vira índio brasileiro barbado?" mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes cartazes da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar os pelos, com pomadas e outros ingredientes.
A procura de instrumentos indígenas foi outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música nativa, eram necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não os encontrou. Foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada fábrica de órgãos, em Bérgamo.