QUEM SOMOS

CAVALEIROS - alusão aos Templários, às Cruzadas e à Távola Redonda. HERMON - o termo remete-nos ao Monte Hermon, em cujo topo se forma a neblina que se condensa em forma de garoa, o orvalho consagrado pelo Salmo 133. Essa precipitação "tolda parcialmente o sol escaldante do sul do Líbano, e umedece seu solo, transformando-o numa das regiões mais férteis e amenas do Oriente Médio."

Nós Cavaleiros do Hermon, na constante busca para tornar feliz a humanidade, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, nos reunimos às sextas-feiras a partir das 20h00 , na Avenida Pompéia, 1402 - Templo Ir.'. Willian Bucheb - São Paulo - SP.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

BOM PRA QUEM?


 Imagem extraída de: br.123rf.com
 
 
Ir.˙. Rodrigo Giaffredo
M.˙.M.˙. A.˙.R.˙.L.˙.S.˙. Cavaleiros do Hermon 335
Forward thinker, evangelist of Design Thinking, Storytelling, Agile Practices, and all that cool stuff that makes work a nice thing to do - made in Brazil 
Twitter: @rgiaffredo
Facebook: rodrigo.giaffredo

Sou storyteller gente, não tem jeito...
 
Por isso, novamente vou contar uma história pra vocês, só que dessa vez pra gente ver como a perspectiva influencia nossa capacidade de sermos empáticos.
Diz a lenda que um camarada naufragou nas águas turbulentas de um determinado mar, e um par de horas depois de perder a embarcação, foi parar numa ilhota que tinha tudo que ele precisava pra se sentir seguro, tipo frutas, verduras, peixe na praia rasa, palha pra fazer um puxadinho, umas entranhas na rocha pra se esconder, poucos e pacatos bichinhos, enfim, dava pra ficar de boas.
Só que entrou ano, saiu ano, entrou ano, saiu ano… caraca! Cinco anos, e nada de passar um barco nem de longe, nenhumzinho mesmo, nada.
Nas mesmas bandas, e mais ou menos na mesma época, outro camarada naufragou também, só que ele tinha um botezinho de reserva pra emergências, e depois de naufragar e boiar um poucão no mar, ele avistou de longe o mini barco e caiu pra dentro assim que as ondas baixaram. De um jeito ou de outro, deu pra se virar por um tempão, colhendo água da chuva, nadando pra esticar o esqueleto e não enferrujar, pegando uns peixes aqui e ali pra se alimentar. 
Só que entrou ano, saiu ano, entrou ano, saiu ano… caraca! Cinco anos, e nada de avistar terra, nada, nem um banco de areia, uma ilhota, nada nada nada mesmo, nada. 
Depois desse tempo todo, por desejo das marés, o barquinho começou a ir na direção da ilhota, daí de repente um caboclinho viu o outro. Caraca, imediatamente o cara do barquinho gritou “TERRAAAAAAA”, tão alto que chamou atenção do cara da ilhota, que imediatamente após ver o barquinho gritou “BARCOOOOOO”!
Que sinistro isso… ce vê como tudo é uma questão de perspectiva? Quer dizer, parece que a solução em geral tá mais perto do próprio problema do que a gente imagina, mas no fim o que virou um problema pra mim, pode ser a saída pra você, e vice-versa. E é sobre essa pegadinha que eu quero falar.
Antes de afirmar categoricamente assim “nossa, é isso aí, esse negócio que a gente bolou tá muito bom”, faz a pergunta “tá, parece bom, mas bom pra quem?”
E aqui entra a empatia: a gente é desafiado o tempo todo a “desapegar” durante exercícios de processo criativo, tipo Design Thinking. Principalmente se a gente mesmo faz parte do cenário atual de horror. A gente tende a se colocar de forma defensiva, na nossa zona de conforto, e esquece de analisar as coisas na visão de quem vai consumir aquilo que queremos melhorar. Ou seja, a gente coloca a nossa experiência por cima da experiência daquele que a gente quer beneficiar.
Por isso eu acho tão importante investir tempo e energia pra entrar na chamada “zona de desconforto”, seja ela “entrar no barco” ou “pular pra ilhota”. Desapega, let it go, desencana, baixa a guarda, sai do canto, pula fora, deixa disso, e se põe no lugar do outro.    

Bora tentar?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ENTÃO É NATAL




FELIZ NATAL IRMÃOS!
 
Formam-se nuvens de esperança num céu de bondade,
Em cada coração há um enorme desejo de felicidade e alegria!
Lares se iluminam numa magia sem qualquer maldade,
Iniludível, apenas o amor engrandece este lindo e peculiar dia…
Zelando totalmente pela nossa total paz e harmonia!
No íntimo de cada um de nós está o sentimento mais puro,
Aquele que norteia o significado verdadeiro da comemoração,
Todos sabem que Jesus é o nosso salvador e o porto seguro,
Aquarela de todas as emoções, num só bondoso coração,
Libertando em todos nós os termos da sublime doação!
Alegria em cada rosto sem mascarar a tristeza,
Mudanças de atitudes e gestos de solidariedade e fraternidade,
Inquietação vestida da mais simples e calorosa nobreza,
Guardando em cada Ser o sentindo da sua própria verdade,
Originando a fagulha da mais verdadeira e sincera felicidade,
Somamos nossas expectativas numa única vontade: PAZ





Créditos:

Texto de: Ir.'. Daniel Lucio Batista Maciel - Loja Obreiros de Irajá.
http://www.obreirosdeiraja.com.br/%E2%80%9Cfeliz-natal-e-prospero-ano-novo%E2%80%9D/  -  Acesso em: 041341DEZ2015.

Imagem extraída a matriz de: violetalilasvintage.blogspot.com  - Acesso em: 041300DEZ2015.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAÇONARIA E JUDAÍSMO




Por Ven.’. Ir.’. Willian Almeida de Carvalho
 

 

A tradição judaica não é dominada por muitos escritores maçônicos que, por isto mesmo, cometem muitos pecados de interpretação no tocante a sua influência na maçonaria. Antes de apontar a influência judaica na maçonaria seria interessante fixar alguns traços da cultura judaica, comumente desprezados, para não se incorrer em erros lamentáveis. Veja-se, por exemplo, as colunas do Templo de Salomão que estão citadas em Reis I, 7, 21: “Ergueu as colunas diante do pórtico do santuário; ergueu a coluna do lado direito, à qual deu o nome de Jaquin; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a Boaz”. Quando se pergunta a um professor de hebraico o que significa BOAZ, ele discorrerá sobre o significado e a tradução desta palavra. Se perguntarmos, ao mesmo professor, o que significa BOOZ, muito empregada pelos maçons franceses e repetida pelos brasileiros e que é uma corrupção de BOAZ, ele não saberá, obviamente, o significado da palavra, pois ela não tem nada a ver com o hebraico. Quanta discussão inútil se evitaria se se pudesse resolver a questão filologicamente.

Os caracteres da escrita hebraica não possuem vogais. Normalmente são substituídos por sinais (massoréticos) que agem como vogais. Assim se um judeu religioso escrevesse o nome de Deus em hebraico no alfabeto ocidental soaria algo como: D--s ou N-ss- S-nh-r, tomando todo o cuidado para não tomar o santo nome em vão. Os judeus pronunciam o nome de Deus de várias maneiras: El, Eloim, El Shadai, Adonai etc. Contudo, o nome inefável de Deus [desnecessário dizer que o hebraico se lê da direita para a esquerda] raríssimamente é grafado (quando o é, normalmente para uso em pesquisa etimológica sobre a origem do Nome) ou pronunciado (sendo nestas pouquíssimas vezes, não é propriamente pronunciando e sim soletrado com as letras hebraicas: iod, hei, vav e hei). Em inglês, o nome inefável é transliterado como YHVH (Javé em Português como se verá a seguir). Os estudiosos cristãos ensinam que os judeus adoram Deus com um nome relacionado com a letra W. Tal fato se deve a dominação que os alemães exerceram no campo teológico nos últimos duzentos anos. O W em alemão é pronunciando como o V em português e inglês e o vav em hebraico. Os alemães também grafam como J onde encontram o iod hebreu ou o Y em inglês (tal letra inexiste no alfabeto português) quando ele ocorre. Assim YHVH apareceria como JHWH. A Bíblia de Jerusalém grafa como Javé e/ou Iahweh.

A tradição judaica afirma que a atual pronúncia do Nome é um segredo para sempre perdido desde a destruição do Templo e é considerado impróprio tentar pronunciar o Nome. Quando o Nome ocorre em caracteres hebraicos deve ser usada uma palavra substituta, ou seja Adonai.

Outro traço importante na cultura religiosa hebraica é o termo Bíblia. Claro que Bíblia é o têrmo português para a palavra hebraica Tanach. Tanach ou Tanack é um acrônimo construído pelas três seções da Bíblia: a Torah, ou seja a Lei, o Nevi’im, ou seja os Profetas e o Kesuvim ou Ketuvim, ou seja os Escritos ou os Hagiógrafos. Na versão moderna, constituem os 39 livros (considerando-se Samuel I e II e Reis I e II como livros separados) da Escritura Hebraica que, obviamente, os judeus não chamam de Velho Testamento. Aquilo que os cristãos chamam de Velho Testamento e Novo Testamento, os judeus chamam de Escritura Hebraica e Escritura Cristã. O cânon hebraico difere do cânon cristão por desconsiderar os livros escritos em grego e os suplementos gregos de Ester e Daniel. Para uma breve recordação, o cânon hebraico lista os seguintes livros:

Pentateuco: 1- Gênesis, 2- Êxodo, 3- Levítico, 4- Números, 5-Deuteronômio;

Profetas: [anteriores] 6- Josué, 7- Juízes, 8- Samuel (I e II), 9- Reis (I e II), [posteriores]10- Isaías, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13-‘Os Doze’ profetas, na ordem retomada pela Vulgata: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;

Hagiógrafos: 14- Salmos, 15- Jó, 16- Provérbios, 17- Rute, 18-Cântico dos Cânticos, 19- Eclesiastes (Coelet), 20- Lamentações, 21-Ester, 22-Daniel, 23- Esdras, 24- Neemias e 25- Crônicas.

Aqui surge uma questão que agora poder ser respondida com maior conhecimento de causa. Quando um candidato maçônico judeu presta um juramento, a Torah deve ser posta no altar como Livro da Lei? Não. A Torah é somente uma parte da Bíblia judaica. Colocar a Torah no altar seria o equivalente para os cristãos de se colocar somente os quatro Evangelhos no altar, sem as Epístolas, o Apocalipse etc. O Livro dos Profetas e os Hagiográfos assumem um importante papel na adoração judaica e no entendimento da lei judaica. A Torah é a mais importante seção da Bíblia, e é particularmente venerada, mas não é toda a Escritura.

Seria, então, o caso de se colocar o Talmud no altar para os candidatos judeus? Aqui, convém, esclarecer que o Talmud é um livro de interpretação legal. O Talmud também ensina uma grande parte sobre o pensamento judeu e a crença religiosa, mas ele não é a Sagrada Escritura. As obras de Santo Agostinho e de São Tomás de Aquino desempenham o mesmo papel numa relação similar com a Bíblia dos cristãos, contudo, também não são as Escrituras.

Surge agora uma outra pergunta. Os judeus usam chapéu em Loja? Aqui convém distinguir entre o chapéu propriamente dito e quipá (kipah), uma espécie de solidéu. O solidéu (solis Deo = só a Deus) designa o pequeno barrete, geralmente feito de fazenda mole e flexível, a qual se ajusta à cabeça, com que os padres cobrem a coroa ou pouco mais e que deve ser tirado ante o sacrário. A cobertura da cabeça é preconizada em diversos ritos maçônicos (apesar da prática não ser uniforme) para os Mestres em qualquer Sessão, ou para todos os Obreiros, ou apenas para os Mestres em Sessão do terceiro grau. Geralmente tal cobertura é necessária e feita com o chapéu negro desabado, podendo-se todavia, utilizar o solidéu (que é o quipá hebraico) em Sessões do terceiro grau ou de Pompas Fúnebres. O judaísmo adota a prática oriental de cobrir a cabeça durante as orações como um sinal de respeito, enquanto nos países ocidentais, a prática é totalmente ao contrário: descobre-se a cabeça exatamente pela mesma razão. Algumas Obediências Maçônicas decidiram que o quipá (iarmulque [yarmulke], barrete, tiara, etc.) não é um chapéu no sentido maçônico, mas um elemento do vestuário. O R\E\E\A\adota a opinião que o barrete do rito não deve ser removido, por exemplo, durante a saudação da bandeira. Deve ser considerado, também em maçonaria, o barrete frígio, que era um pequeno boné de feltro, de forma cônica e com um pequeno rebordo, com o qual, na Antigüidade, o senhor cobria a cabeça do escravo na cerimônia de libertação e que era tomado como emblema de liberdade; graças a isso, ele é, em alguns ritos, um símbolo maçônico, já que a maçonaria sempre foi libertária.

Uma última distinção deve ser feita sobre o diferente uso do conceito fariseu entre cristãos e judeus. O judaísmo moderno é farisaico no seu temperamento, mas os judeus não usam a palavra como um sinônimo de “hipócrita”. É provável que este último significado adveio de um conflito entre aqueles que escolheram seguir Jesus e Paulo e aqueles que permaneceram com o cerne da fé judaica. Naquele tempo, os fariseus dominavam o pensamento e a prática judaica e é melhor denunciar o farisaísmo como um desvio do pensamento judeu do que denunciar os judeus propriamente ditos, desde que os antigos cristãos almejavam converter os judeus. Os fariseus e os saduceus eram os competidores primários no pensamento e na prática religiosa dos judeus, embora houvesse outros grupos, como os essênios, buscando oferecer idéias diferentes. Os saduceus eram o partido da classe sacerdotal e mantinham a posição de que somente a Lei escrita deveria ser seguida à risca. Os fariseus conseguiam fazer uma combinação mais flexível entre a Lei escrita e a oral. Outra importante distinção era que os fariseus afirmavam que uma pessoa não deveria pertencer necessariamente à classe sacerdotal para bem cumprir os mandamentos e adorar a Deus. É esta última diferença a mais importante no desenvolvimento do judaísmo na sua forma para os últimos dois mil anos. Alguns autores fazem um símile entre este conflito e o da Reforma protestante, quinze séculos depois.

Existem traços comuns entre os rituais, símbolos e palavras maçônicos e judaicos. Um dos landmarques judaicos é a crença num Deus que criou tudo na nossa existência e que nos deu uma Lei para ser seguida, incluindo, ipso facto, os preceitos morais de relacionamento humano. A crença em Deus, a prece, a imortalidade da alma, a caridade, o agir respeitosamente entre os seus semelhantes fazem parte integrante do ideário maçônico - pelo menos da maçonaria teísta - como também do judaísmo, e por que não dizer de todas as grandes religiões do mundo (o budismo seria um caso à parte).

O judaísmo ensina que a Lei de Deus está contida na Torah, a parte principal da bíblia judaica que contem os 5 primeiros livros de toda a Bíblia, como visto anteriormente, ou seja o Pentateuco dos cristãos. A tradição judaica ensina que a Torah é a eterna lei dada por Deus e é completa, nunca será mudada até mesmo por Deus e, obviamente, nunca poderá ser alterada por qualquer mortal. Já aqui surge, naturalmente, uma comparação com os landmarques maçônicos que preceituam não estar no poder de qualquer homem-maçom ou corpo maçônico fazer inovações na estrutura básica da maçonaria. Nos tempos modernos, ambas as assertivas podem cheirar politicamente incorretas, apresentando um odor dogmático que repulsa as mentes liberais e tolerantes no limiar do terceiro milênio, mas convém salientar que isto se refere aos fundamentos que deverão permanecer intocados e intocáveis. Tanto que um dos livros clássicos de Pike se intitula Moral e Dogma. Assim, maçonaria e judaísmo, tais como os padrões éticos das outras grandes religiões, ensinam que devemos nos auto-disciplinar e manter nossas paixões em constante guarda. O disciplinamento ritualístico, seja nas sinagogas, seja nas lojas maçônicas, auxilia a desenvolver esta habilidade.

Outra similitude poderá, também, ser encontrada na cerimônia da circuncisão e do Bar Mitzvah. Logo após o nascimento de todo judeu homem, ele é circuncidado pelo rabino, ou seja é feito o corte no prepúcio do pênis do bebê, numa cerimônia familiar como um sinal ancestral de aliança entre Deus e o patriarca Abraão. Treze anos depois, já adolescente, o mesmo judeu macho participa do Bar Mitzvah que consiste em aprender a recitar preces e passagens bíblicas em hebraico e a participar em rituais judaicos quando, enfim, adquire todos os direitos e deveres do homem judeu. Todos os maçons já fizeram, aqui, a comparação com a iniciação maçônica do profano e a exaltação ao grau de mestre quando se adquire a plenitude maçônica...

No tocante à liberdade individual, maçonaria e judaísmo emulam para ver quem apresenta maior desempenho de respeito e apoio. Tal fato, contudo, não é exclusivo dos dois, pois o cristianismo apresenta, também, considerações profundas sobre o livre arbítrio, mas não é o caso de ser aqui discutido. O judaísmo ensina que todo ser humano é capaz do bem e do mal e tenta ajudar o fiel a usar o livre arbítrio para escolher o caminho eticamente correto. A maçonaria ensina que aqueles que são moralmente capazes podem encontrar a “luz”na maçonaria se eles desejarem isto por suas próprias vontades livres. Os maçons franceses, principalmente os do Grande Oriente de França, chegaram ao ponto de colocar como um dos seus lemas a liberdade absoluta de pensamento. O conceito de exercitar a vontade livre para aceitar a lei e a reparação pelas transgressões passadas é o que preconiza o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Os judeus acreditam que dez dias no início do novo ano judeu devem ser usados para reparar os pecados passados e buscar a resolução firme de evitar o pecado no futuro. De modo análogo, a maçonaria ensina que todo homem deve lutar para crescer moralmente e livrar-se de todo preconceito. Não é à toa que a disputa entre a maçonaria francesa e a inglesa se dá entre a liberdade absoluta de pensamento, preconizada pelos franceses, contra o teísmo inglês que forçou a própria reformulação da Constituição de Anderson, quinze anos após a sua promulgação.

A luz é um importante símbolo tanto no judaísmo como na maçonaria. “Pois o preceito é uma lâmpada, e a instrução é uma luz”, Prov. 6, 23. Um dos grandes feriados judaicos é o Chanukah, ou seja o Festival das Luzes, comemorando a vitória do povo de Israel sobre aqueles que tinham feito da prática da religião um crime punível pela morte ali pelo ano 165 a. E. V. (Os judeus substituem o antes de Cristo e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A Luz é um dos mais densos símbolos na maçonaria, pois representa (para os maçons de linha inglesa) o espírito divino, a liberdade religiosa, designando (para os maçons de linha francesa) a ilustração, o esclarecimento, o que esclarece o espírito, a claridade intelectual. A Luz, para o maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graças a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons autodenominam-se Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos Aceitos, nasceu no “Século das Luzes”, o século XVIII.

Outro símbolo compartilhado é o tão decantado Templo de Salomão. Figura como uma parte central na religião judaica, não só, por ser o rei Salomão uma das maiores figuras do panteão de Israel, como o Templo representar o zênite da religião judaica. Na maçonaria, juntou-se a figura de Salomão, à da construção do Templo, pois os maçons são, simbolicamente, antes de tudo, construtores, pedreiros, geómetras e arquitetos. Os rituais maçônicos estão prenhes de lendas sobre a construção do Templo de Salomão. Para os maçons existem três Salomões: o Salomão maçônico, o bíblico e o histórico.

Outro traço cultural comum é a obediência para com a autoridade. Max Weber propôs três tipos de autoridade: a tradicional, a carismática e a racional-legal. A primeira adstrita às sociedades antigas, a segunda referente aos surtos de carisma que a humanidade vive de tempos em tempos e a terceira, apanágio da modernidade. A tradição judaica ensina uma obediência respeitosa para com os pais e os rabinos. A maçonaria ensina, desde a Constituição de Anderson de 1723, o respeito para com a autoridade legitimamente constituída. (Este preceito é cristalino na maçonaria de cunho anglo-saxão, já os latinos, no embate contra o trono e a cruz...).

Como último aspecto comum, têm-se os esforços positivos na maçonaria e no judaísmo para encorajar o aprendizado. A cultura judaica tem uma larga tradição de impulsionar o maior número de judeus a se notabilizar pelo conhecimento nas artes, na literatura, na ciência, na tecnologia, nas profissões em geral. Durante séculos, os judeus têm-se destacado nos diversos campos do conhecimento humano e o seu empenho em melhorar suas escolas e seus centros de ensino demonstram cabalmente isto. Digno de notar-se é que as famosas escolas talmúdicas - as yeshivas vem do verbo lashevet, ou seja sentar-se. Deste modo para aprender é necessário sentar-se nos bancos escolares. Assim, também, na maçonaria, nota-se uma preocupação constante, cada vez maior, com o desenvolvimento intelectual dos seus epígonos, no fundo, não só como um meio de melhorar a sua escola de fraternidade e civismo como também para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma das mais ricas tradições do mundo moderno.         

Fonte: http://www.freemasons-freemasonry.com

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

POR QUE DEVO PAGAR A LOJA?



 
POR QUE DEVO PAGAR A LOJA?
 
Muitos irmãos, nas mais diversas Lojas Maçônicas, independente do Rito que pratiquem se deparam com um problema corriqueiro, a questão financeira da Loja.
A Loja Maçônica é, antes de mais nada, uma instituição civil sem fins lucrativos, a qual se sustenta via de regra das mensalidades pagas pelos seus membros, chamados de obreiros. Essas mensalidades tem como objetivo custear as despesas referente ao aluguel ou manutenção do Templo, impostos, taxas de água, luz, gás, despesas com correios, impressões, arquivos, emissão de boletos, despesas bancárias, ágapes, jóias e paramentos, etc..., mas o mais importante são os custos referentes ao Pecúlio (seguro de vida maçônico). Logo, o irmão ao deixar de contribuir com o custo mínimo ele estará acarretando um custo a mais aos demais irmãos.
Não duvidamos que a crise possa ter chegado aos lares dos maçons, porém perguntamos, o irmão que alega estar passando por dificuldades momentâneas pode se dar ao luxo de gastar quase o valor da mensalidade no copo d’água após a sessão, eximindo-se de honrar com a mensalidade?
Não nos cabe julgar nenhum irmão, afinal todos são maiores e vacinados, mas os irmãos que gastam com supérfluos, sejam no copo d’água, seja com ostentações desnecessárias, estão sendo justos com os irmãos que carregam o piano?
Com certeza os irmãos que agem dessa forma não pensão além do próprio umbigo,  na hora de contribuírem com uma obrigação que juraram cumprir são os primeiros a arrumarem mil e uma desculpas para se eximirem da responsabilidade. Esses deveriam ao menos ter vergonha na cara e pedirem o afastamento, sem anúncios ou alardes, ou serem homens livres e de bons costumes e cumprirem com a obrigação pecuniária, deixando de ser um encosto para os irmãos.
Claro, os irmãos realmente necessitados devem sim ser auxiliados, para isso temos os mecanismos internos e a autoridade que se aplica a estes casos. Lembrando que a grande maioria de inadimplentes nem se quer procuram elaborar uma prancha, endereçada ao Venerável ou ao Hospitaleiro, expondo suas dificuldades e necessidades; até nisso são omissos.
Por tais motivos devo pagar a Loja, seja para não ser um encosto, seja para realmente demonstrar que sou cumpridor de minhas obrigações, que tenho caráter, mas acima de tudo porque tenho consciência que a instituição para se manter exige esse pseudo sacrifício de todos.
Então meus irmãos, aqueles que não querem ver suas mensalidades aumentadas, cumpram com suas obrigações, ou convençam aqueles que  não o fazem a ter o mínimo de vergonha na cara e dignidade de pedirem para sair, afinal a carteirinha do Clube do Bolinha e suas Insígneas todos querem.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O FOGO SAGRADO



Por: Ir Adílio Jorge Marques

O objetivo deste trabalho é discorrer sobre o PARAMENTA e o simbolismo inerente do fogo. Veremos mais uma vez que a Maçonaria é depositária de antiquíssimas Tradições místicas e espirituais que remontam aos primórdios de nossa atual humanidade. A Lenda de Prometeu também será aqui abordada, assim como a de Agni, deus védico.
Temos no Grau de Cavaleiro R+C a menção de que no primeiro degrau do Altar, no Oriente, repousa o “Pramanta”. Mas, o que é afinal tal objeto? Podemos supor ser uma palavra de origem sânscrita, mas, para que possamos responder a esta pergunta faz-se necessário voltarmos na história da humanidade, onde encontramos religiões unicamente baseadas em fenômenos da natureza. E, entre elas, a religião dos árias era eminentemente naturalista, pois os seus deuses não somente representavam e personificavam os fenômenos da natureza, mas também os próprios elementos do sacrifício: o fogo e os rituais que ajudam a acendê-lo e a preservá-lo nos Templos e/ou cavernas.
Tão vagos eram os deuses védicos e tantas vezes se confundiam que muitas vezes se perguntou aos estudiosos da Tradição Primordial se eles não seriam mais que adjetivos aplicados, segundo as circunstâncias, às várias manifestações de um deus único, muitas vezes personificação do fogo ou do Sol, pois são geradores de vida, calor e luz.
E não havendo imagens ou Templos nesta antiga religião, os altares eram improvisados a cada sacrifício, como na Pérsia de Zoroastro, elevando-se o fogo aos céus como oferenda dos fiéis. Praticamente todas as antigas civilizações tinham no fogo a representação na Terra da energia dos deuses e particularmente do astro-rei. Seu conhecimento de Astronomia (que naquela época se confundia como Astrologia) lhes dava a devida curiosidade para pesquisar os céus em busca da melhor explicação para o que observavam na natureza. Tampouco tinham os árias corpo sacerdotal, pois todos eram iguais, segundo muitas fontes tradicionais. Era o pai de família, o senhor da casa, o grisastha que, assistido por sua mulher, filhos e servos, celebrava os ritos e sacrifícios obrigatórios em benefício de todos. Havia, porém, pessoas exercitadas nas diversas fases do sacrifício, como compositores de hinos, etc. que, aos poucos, foram se transformando em castas de sacerdotes.
O culto védico era exclusivamente constituído pelo sacrifício do fogo, sendo celebrado todas as manhãs, ao nascer do Sol. Consistia em acender o fogo sagrado por meio da fricção de dois pedaços de madeira, depois de embebidos em soma ou manteiga clarificada, sendo tudo acompanhado de recitações ou de canto de hinos e de ofertas de cereais.
O fogo era aceso no meio de um terreno capinado, dentro de um círculo coberto de relva sagrada. Um homem segurava o vaso de manteiga clarificada ou de soma. A soma, bebida sagrada dos vedas, era produzida pelo sumo fermentado da planta chamada soma. Era uma bebida alcoólica lançada pelo sacrificador sobre o fogo sagrado e que servia para animá-lo. A manteiga líquida tinha as mesmas finalidades. Assim vemos que o uso do álcool em nossos rituais não foge a esta antiga tradição. Continuando, outro homem fazia girar rapidamente um bastão no buraco do recipiente de madeira da qual iria brotar a chama sagrada.
A palavra Paramenta ou Pramantha, definida como sendo de origem sânscrita, designa um aparelho pirogênico composto então de duas peças: um bastão redondo, de comprimento variado, e um recipiente de madeira, cilíndrico, ou em forma de bacia, tigela ou gral, tendo um buraco no centro onde se encaixa o bastão.
Geralmente, o nome de Pramantha é dado ao bastão, ao passo que a tigela de madeira que o recebe é chamada rani, havendo mesmo autores que denominam o conjunto das duas peças de os aranis.
Quando queriam obter fogo, faziam girar rapidamente o bastão dentro do buraco feito no recipiente de madeira, não em uma rotação contínua, mas em uma série de voltas em sentido alternado. O operador valia-se para isso de uma corda, da qual mantinha presa nas mãos os dois extremos, puxando-os sucessiva e fortemente. A fricção desenvolvia calor intenso, e no fim a chama acendia os elementos lenhosos colocados no fundo do recipiente. Por analogia os hinos védicos confirmam que o Pramanta tem um poder masculino e o Arani um poder feminino, receptor.
Lembremos que o principal deus védico era Agni – o fogo. Agni era deus do fogo terrestre e também do fogo celeste e atmosférico, logo um tríplice Agni, que representava o fogo, o Sol e o relâmpago, respectivamente, associados à chama sagrada que protegia o lar familiar, sendo também a chama da vida e dos espíritos do mundo. Representavam-no com o corpo vermelho, e com 3 pernas, 7 braços e montado num bode (!) ou carneiro. Empunhava em uma das mãos o machado, que cortava a lenha que o alimentava e, na outra, a colher das libações; 7 línguas saíam de sua boca e 7 raios de seu corpo. Estes são símbolos significativos em nossa Tradição, assim como os animais aqui citados.
Os Vedas, livros sagrados dos árias, estão repletos de hinos ao fogo divinizado em Agni. Como em todas as religiões primitivas, o ato sexual era divinizado e a produção do fogo era comparada entre os árias a um ato de geração, onde o Pramanta era o instrumento macho e a arani a fêmea. Foi assim constituído o mito de Agni, nascendo da fricção sagrada, e Agni lançou-se a conquista do céu.
Este grau 18 nos coloca em contato com grande número de personagens. Entre eles tem logicamente maior destaque para Jesus, do qual se comemora a ceia derradeira. Existem muitas analogias entre o deus Agni, tradição oriental menos conhecida, mas aqui transcrita brevemente, e Jesus, o Cristo, do povo cristão e já conhecido por nós do ocidente.
Por causa do uso do soma ou manteiga que se usava para avivar o fogo sagrado, o deus Agni passou a ser chamado de o ungido, palavra que se traduz em grego por Christós.
Na lenda védica, Agni era filho de Sawistri, o pai celestial. Fez-se homem, nascendo de uma virgem e tendo por pai terrestre a Twasti, que foi, como José, carpinteiro. Nos tempos mais primitivos, quando o aparelho para produzir o fogo era improvisado, ele era formado apenas de dois pedaços de madeira, de essências diferentes que eram colocados em cruz, na forma do Tau invertido. E a cruz, como sabemos, também em forma de Tau, é o símbolo do cristianismo, onde Jesus foi crucificado.
Assim como Jesus, Mitra, Osíris, Tamus, Adônis, Baco, Apolo, Manu, Buda, Agni nasce em 25 de dezembro ou próximo do solstício de inverno para o hemisfério norte. E, como os demais é com efeito, uma personificação do deus Sol, nasce numa gruta e tem como mãe uma virgem.
Todos estes elementos atribuídos aos deuses solares formam um conjunto e constituem um simbolismo que se perde na noite dos tempos. Chegou até nós através do cristianismo, síntese e sincretismo de todas as religiões que o antecederam. Penetrando em tais símbolos arquetipais, como nos diz Jung, o homem alcança a libertação da mente e a própria redenção. Não há aqui a menor intenção em descrer historicamente na existência das personagens acima listadas. Mas, contrariamente e antes de tudo, em enaltecer a missão de cada uma delas, entre nós, tendo sido Jesus sua máxima expressão de Luz e Amor entre os homens, mostrando que o GADU sempre nos envia seus redentores quando a humanidade mais necessita.
Relembremos também o mito de Prometeu, o qual, tal como Agni e Jesus, acha-se ligado ao fogo. O Fogo, IGNE para os romanos, com efeito, está relacionado com a Palavra Sagrada deste grau e do cristianismo, INRI, a qual se traduz pela expressão IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA.
Segundo a mitologia grega, Prometeu era o deus do fogo, mas era também a personificação do gênio do homem, o inventor por excelência e o criador da raça humana. Assim, segundo refere Ovídio em suas “Metamorfoses”, após o dilúvio Prometeu modelara o primeiro homem com o limo sedimentado das águas. E, de acordo com uma variante da lenda, Prometeu animara a sua estátua com o fogo divino. Minerva, que o auxiliara na obra, deu ao homem o temor da lebre, a sutileza da raposa, a vaidade do pavão, a ferocidade do tigre e a força do leão.
Ainda em outra variante da mesma lenda, diz-se que admirada pela beleza de sua obra, Minerva oferecera a seu autor tudo que pudesse contribuir para aperfeiçoá-la. E então Prometeu respondeu que precisava ver as regiões celestiais para escolher o que mais conviria ao homem que havia plasmado. Atendendo a este pedido, Minerva fez Prometeu subir ao céu. O herói verificou que seria o fogo que animava os corpos imortais. E, no seu desejo de servir ao homem ele roubou uma pequena parte do fogo.
Muitas teorias foram arquitetadas sobre tal lenda, algumas das quais o ritual do 18ºgrau menciona em sua leitura. Mas a tradição mais geralmente aceita diz que o herói, decidido a roubar a chispa desse fogo divino sem o qual as artes eram impossíveis, que permitiria a forja do ferro e pelo qual os homens poderiam cozinhar seus alimentos, dirigiu-se à ilha de Lemnos, onde estavam situadas as forjas de Vulcano. Prometeu tomou uma das chamas, escondendo-a no interior de um narthex que lhe servia de bastão. O narthex é uma espécie de caniço em cujas divisões existe uma penugem parecida com o algodão e facilmente inflamável.
Em Atenas eram celebradas as prometheas, festas anuais em honra de Prometeu e que compreendiam sobretudo corridas a pé e a cavalo, executadas por jovens com archotes. A tradição atribuía o estabelecimento das festas ao próprio Prometeu. Este deus também era conhecido por ser um Gênio do fogo, e era chamado muitas vezes de porta-fogo em memória da conquista do fogo divino.
Os povos primitivos achavam que, no meio das nuvens, deuses provindos de Pramantas davam nascimento ao raio e ao relâmpago. Não podemos esquecer que alguns povos antigos usavam o sílex ou pederneiras para produzir fogo e imitar os deuses. Os polinésios o faziam deslizando rapidamente, por movimentos de vaivém, a ponta de um ramo macho na fenda de um ramo fêmea.
Alguns mitólogos acham que o Pramanta esteja etimologicamente ligado ao deus Prometeu como o primeiro produtor de fogo para os homens por meio de um Pramanta animado e divino. O verbo manthanô, que encerra o elemento verbal significativo de Pramanta, é uma forma da raiz math, meth. Tal raiz está entre os vedas, mas também entre os gregos, onde nestes em linguagem primitiva queria dizer“girar”, “acender o fogo”. Com o tempo passou a ser relacionada a “idear”,“meditar”, “saber”.
Assim, o termo que designava o humilde agente do sacrifício passou de geração em geração na figura de Prometeu, o benfeitor dos homens. Passou a se perpetuar então através do fogo, indispensável ao homem. Talvez a maior descoberta até hoje feita pelo homem foi a do domínio do fogo. E isso nos chega brilhantemente através do simbolismo do Paramenta.

 

REFERÊNCIAS
 
·         Instruções para Capítulos; Nicola Aslan; Ed. Maçônica.
·         Dicionário Ilustrado de Maçonaria; Sebastião Dodel dos Santos; Vol.1; Ed. Essinger.
·         Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia; Nicola Aslan; Volumes I ao IV; Ed. Artenova.
·        Maçonaria e Astrologia; José Castelani; Ed. Landmark.

Acesso em: http://omalhete.blogspot.com.br/2015/10/o-fogo-sagrado_28.html#more FONTE: MAÇONARIA UNIVERSAL – Acesso em: 29OUT15

 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

QUANDO OS MAÇONS TORNAM-SE E SÃO DESNECESSÁRIOS À NOSSA ORDEM


 
 
Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmente desnecessário, seja, no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós maçons, na nossa Instituição.

Os maçons tornam-se desnecessários:  

·         Quando decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

·         Quando, durante as sessões, já “enturmados”, ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com as palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

·         Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente copiam alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.

·         Quando, ainda companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o “poder” na Loja.

·         Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de sessões do ano é coisa para a administração, para os companheiros e aprendizes.

·         Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a “honra” de serem cingidos com o avental de Mestre Instalado, que é muito mais vistoso do que o de um “simples” Mestre.

·         Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro maçom seja o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante, mas não essencial.

·         Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.

·         Quando, como Veneráveis Mestres, deixam o caos se abater sobre a Loja, não sendo firme o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

·         Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois em todas as Lojas nas quais um ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

·         Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.

·         Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do maçom.

·         Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

·         Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja. Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do maçom.

·         Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos. Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

·         Quando a Instituição programa uma Sessão Magna ou Branca para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria.

Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas sessões, são desnecessários à nossa Ordem.
Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.

 


 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A MAÇONARIA E A CARBONARIA


“Nenhuma Sociedade Secreta fascinou tanto as multidões sequiosas de sua liberdade, ou da independência política conquistada à custa de lágrimas e sangue, quanto a Maçonaria Florestal, mais conhecida como “Carbonária”, por ter sido fundada pelos carvoeiros da Hannover, como associação de defesa e de ação contra os opressores e assaltantes de sua classe. Constituída no último Quartel do Séc. XV, ela só veio a entrar na História, como organização de caráter político, após a Grande Revolução Francesa.

Na Itália, ela adquiriu fama de violenta e sanguinária, e introduzida na França por ordem de Napoleão, não tardou em converter-se na mais poderosa força oposicionista ao expansionismo do grande corso, lutando contra ele na França, na Áustria, na Espanha e em Portugal.

O nome de “Maçonaria Florestal”, veio-lhe depois que irrompeu, na Itália e na França.       
“Maçonaria”, porque os Maçons a propagavam e a protegiam, “Florestal”, porque as Iniciações dos seus Membros, lembravam as dos antigos Carvoeiros de Hannover, realizadas nas florestas mais densas, a cobertos das vistas estranhas.

Os Carbonários, antes de serem investidos nos Segredos da Ordem, passavam por duras provas e prestavam os mais terríveis juramentos, como este, que eram assinados com próprio sangue:


“Juro perante esta assembléia de homens livres, que cumprirei as ordens que receber, sem as discutir e sem hesitar, oferecendo o meu sangue em holocausto, à libertação da Pátria, à destruição do inimigo e à felicidade do Povo. Se faltar a este juramento, ou trair os desígnios da Poderosa Maçonaria Florestal, que a língua me seja arrancada e o meu corpo submetido ao fogo lento por não ter sabido honrar a Pátria que foi meu berço.”

Só depois deste juramento é que o Candidato recebia as insígnias de “Bom Primo”, (as insígnias de Bom Primo consistiam de um balandrau preto e Capuz, tendo bordado, em branco, no peito, um punhal (o punhal de São Constantino), com o cabo no formato cruciforme entrelaçado a uma cruz cristã.) O punhal de São Constantino não constava somente de um desenho bordado no Peito do Balandrau Preto, era também uma arma branca, que todos os Carbonários usavam, também em suas execuções, como símbolo da Ordem a qual pertenciam.

O Balandrau Preto, dos líderes, ao invés do Punhal e da Cruz entrelaçados possuía bordado no peito, em dourado, um sol radiante.

O brado de guerra dos Carbonários consistia em, cada um, levantar o seu punhal bem alto.

Normalmente as reuniões dos tribunais carbonários eram realizadas, a exemplo dos carvoeiros de Hannover, no passado, em plena floresta, bem distante dos olhares curiosos e indevidos.

Seus julgamentos eram implacáveis e seus réus, se condenados, eram executados com a máxima eficiência. O Carbonário era, às vezes, juiz e carrasco ao mesmo tempo. Seus afiliados (jamais podiam trair a Ordem. Os que traíram, sempre foram exemplarmente executados) se tornavam Carbonário ou executor das ordens de “Alta Venda”. Em cada país a Organização da “Maçonaria Florestal” obedecia ao esquema italiano: “Alta Venda”, corpo deliberativo superior, composto de um Delegado da cada “Barraca”, composta por sua vez por um Delegado de cada “Cabana”; e as “Cabanas” eram formadas por um Delegado de cada “Choça”. Acima da “Alta Venda” estava, porém, a “Jovem Itália”, composta por um triunvirato que nas lutas pela Unificação e pela queda do Poder Temporal dos Papas, era constituído por Cavour, Mazzini e Garibaldi.

A Carbonária Italiana, a princípio, foi protegida pelo Carbonário Lucien Charles Napoleão Murat, General de Napoleão Bonaparte, e Princípe de Monte Corvo, filho do Marechal Murat, nascido em Milão, em 1803. Ele abandonou a Itália em 1815, com a derrocada de Napoleão em Waterloo, em 18 de julho de 1815, tendo sido capturado na Espanha. Após sua libertação, seguiu para os Estados Unidos, em 1825. Ali se casou, tendo retornado a Paris em 1848.

Mais tarde, Murat foi eleito Grão Mestre do Grande Oriente, conseguindo um progresso muito grande no erguimento da Obediência, com a fundação de muitas novas Lojas.

Um dos elementos que se deve destacar na Carbonária Italiana, não pelos seus atos patrióticos, mas sim pela sua traição à Carbonária, é o Conde Peregrino Rossi. Rossi teve duas atitudes distintas: na mocidade, foi um dos mais ativistas e propagandistas dos ideais da Carbonária, merecendo o respeito de todos os Bons Primos. Todavia, de um momento para outro, bandeou-se para as hostes inimigas.

Rossi aliou-se ao Papa Gregório XVI com a finalidade de conseguir do Papa, condenações às ações dos Jesuítas. Nesse ínterim, morre Gregório XVI e sobe ao Trono de São Pedro o Papa Pio IX, ao qual Rossi se afiliou de corpo e alma. Rossi, que fora até Roma para combater o jesuitismo, volta um fiel defensor dos Irmãos de Inácio de Loyola.

É proscrito da Carbonária em 1820 e se torna um novo Saulo, convertendo-se aos ideais do Papa. Peregrino Rossi era o novo Judas, gritavam em todas as “Barracas”, de punhal em riste, os Bons Primos, seus antigos companheiros.

Conhecedor que era dos métodos de seus antigos companheiros, Rossi teve muita facilidade de nominar seus líderes e encher as prisões da Cidade Eterna, dando um tremendo golpe no movimento revolucionário.

Rossi cada vez mais se dedicava a uma ação repressiva, sem pensar que, desde a mais humilde “Choça” à mais pujante “Barraca”, e com Giuseppe Mazzini tendo o controle de todas as “Altas Vendas”, os punhais de São Constantino eram levantados e descreviam no ar o ângulo reto das decisões fatais. A sentença estava lavrada, terrível e implacável.

Havia sido marcada uma reunião para o dia 15 de novembro, à 1 hora da tarde, com o Ministro Conde Peregrino Rossi. Dissera Rossi no dia anterior: “Se me deixarem falar, se me derem tempo para pronunciar o meu discurso, não só a Itália estará salva, como ficará definitivamente morta a demagogia da Península”. A demagogia da península era o movimento Carbonário.

“La causa del Papa es la causa del Dio”.

 E o Conde Peregrino Rossi desceu as escadarias e entrou na carruagem que o levaria ao Parlamento.

Chegando à praça, a carruagem atravessou lentamente a multidão e entrou pela porta do Palácio e foi parar em frente ao vestíbulo, onde Peregrino Rossi foi saudado por assobios e gritos enraivecidos: Abaixo o traidor! Morte ao vendilhão da Pátria! Só então Rossi notou que nem toda a consciência nacional estava encarcerada na Civilitá Véchia.

Esboçou um sorriso contrafeito para a multidão e quando se dispunha a continuar a marcha, recebeu um golpe na carótida, especialidade dos Bons Primos, que o fez tombar agonizante.

No bolso interno da sobrecasaca, ao ser recolhido o cadáver, foi encontrada a sentença de morte: “Juraste lutar pela unificação da Itália e traíste o juramento! Lembrando: ‘Juro que jamais abandonarei as armas ou desertarei do Movimento Patriótico, enquanto a Itália não for livre e entregue a um governo do Povo, para o Povo. Se eu faltar a esse juramento, prestado de minha livre e espontânea vontade, que o pescoço me seja cortado e o meu nome desonrado e apregoado como o mais vil traidor à Pátria e aos Bons Primos da Carbonária Italiana’. Com coisas sérias não se brinca!”

A transcrição acima é de autoria do maçom Adelino de Figueiredo Lima, um dos raros brasileiros a escrever sobre a Carbonária. O trecho acima nos mostra que a Carbonária estava muito distante da Maçonaria (que nunca usou tais métodos), mesmo assim a Carbonária sempre foi confundida com a Maçonaria, e alguns Maçons ainda acreditam que, no passado, a Maçonaria executava Irmãos e profanos que não cumprissem suas regras.

Jamais a Maçonaria, mesmo no passado remoto, matou ou mandou matar os maus elementos da sociedade. Quem fez isso, foi a Santa Vehme (inquisição) e a Carbonária (chamada de Maçonaria Florestal, talvez aí resida o ponto de confusão entre as duas instituições). A Maçonaria verdadeira sempre foi pacífica, respeitadora da lei e da ordem. Só usando sua estrutura fechada para conspirar contra os maus regimes políticos e algumas instituições nocivas, mas sempre ordeira e pacificamente. É verdade que conseguiu derrubar tiranos do poder e colaborar com a independência de muitos povos, para isso usando sua organização exemplar e suas influências sociais. Em muitas ocasiões seus integrantes, independentemente de suas Lojas, se filiavam a movimentos ou grupos ativistas e vingadores, embora a Maçonaria, como instituição nunca tenha apoiado tais comportamentos. É inegável que, em certas ocasiões, a Carbonária recebeu apoio da maçonaria, entretanto nunca foram uma mesma instituição, seus propósitos e seus objetivos raramente foram os mesmos.

Texto elaborado por: Ir.˙. Honório Sampaio Menezes, 33º do R.˙.E.˙.E.˙.A.˙., Loja Baden-Powell 185, GLMERGS, Brasil.


 

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ESCOTISMO E MAÇONARIA


Baden Powell foi maçom?

Qual a relação Escotismo e a Maçonaria?

“Os escoteiros surgiram da maçonaria, porque Baden Powell eram maçon. Sonhou, segundo ele, fazer com harmonia a convivência entre os filhos de duques e filhos de empregados”.Por certo, “a Igreja antes de apoderar-se do escotismo se opôs a ele duramente”.
“No século XX, os maçons apoiaram importantes organizações esportivas, pacifistas ou direcionadas a internacionalizar os países e o mundo inteiro sob a bandeira da paz. Não era uma globalização desagregadora e destrutiva da pessoa humana destinada aos indivíduos e as sociedades por trás de valores éticos e humanistas.
O maçom suíço Henry Dunant, criou a Cruz Vermelha Internacional (…), Robert Baden Powell fundou o Movimento Escoteiro, visionário e pioneiro, tal como outro maçom, Pierre de Coubertin refundo os Jogos Olímpicos.
Se tantos investigadores citam a Baden Powell, como franco-maçom, por que no Movimento Escoteiro ocultam esse importante dado?         
Dezenas de lojas maçônicas no mundo levam o nome “Baden-Powell’.


O Duque de Connaught

Dentro da família real britânica, o duque de Connaught foi quem mais influenciou na personalidade do fundador do escotismo. Este príncipe era o terceiro filho da Rainha Victória (Príncipe Arthur) e conheceu Baden Powell em 1883 na Índia, onde praticaram juntos a caça ao javali com lança. Poucos anos mais tarde, Baden Powell, dedicaria seu “Pigsticking or hoghunting” ao duque, o “primeiro príncipe de sangue real que havia recebido uma primeira lança”. Em 1906, o duque de Connaught era inspetor Geral do Exército inglês e neste posto nomeou Baden Powell como Inspetor Geral da Cavalaria na África do Sul.
A amizade de ambos aumentou depois da criação do Movimento Escoteiro, Baden Powell nomeia em 1913 o duque como Presidente da Associação Escoteira da Grã-Bretanha. É conhecida a fotografia destes velhos amigos dando início ao terceiro Jamboree Escoteiro Mundial, em Arrowe Park (1929).
A amizade de Baden Powell ao duque foi tal, que colocou o nome de seu primeiro filho Arthur Robert Peter (Arthur pelo duque, Robert pelo seu pai e Peter pelo personagem infantil “Peter Pan”).
Supõem que foi o duque de Connaught quem iniciou Baden Powell nos mistérios da Irmandade maçônica, já que ele era Grão Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra. Havia sido iniciado em 1874 na Loja “Príncipe de Gales” nº 259 e em 1886 se converteu no Grão Mestre provincial de Sussez.
É muito significativo que a mesma pessoa foi Presidente dos escoteiros da Inglaterra e ao mesmo tempo Grão Mestre dos Maçons desse país.

Os reis Ingleses

Um dos principais impulsores do escotismo foi o Rei da Inglaterra, Eduardo VII. Ele havia sido iniciado na Maçonaria de Estolcomo pelo Rei da Suécia, Carlos XV, em 1868. Na Inglaterra, atuou como Venerável na Loja “Príncipe de Gales” nº 259, onde iniciou a seu irmão, o duque de Connaught.
O Rei Jorge VI por sua parte, foi iniciado maçonicamente em dezembro de 1919 dentro de uma loja de oficiais da marinha. Após quatro anos de sua iniciação, ocupou o cargo de Venerável Mestre.
Em 25 de abril de 1925 o duque de Connaught o designa “Grão Primeiro Vigilante” da Loja Unida da Inglaterra.             
Fruto da estreita relação de Baden Powell com este monarca, foi a condecoração de Baden Powell com a Ordem do Mérito de 1937.


Rudyard Kiplin

Baden Powell conheceu Rudyard Kipling na África do Sul, em 1906. Dois anos mais tarde, quando Baden Powell escreveu sua obra “Escotismo para Rapazes” dedicou um bom espaço ao personagem de Kipling conhecido como “Kim”. Kimbal O’Hara era um jovem órfão que vivia na India e que era filho de um maçom inglês, segundo revela a própria obra de Kipling em seu primeiro capítulo.
Em 1914, quando Baden Powell tentava criar uma unidade para os irmãos menores dos escoteiros, decidiu utilizar o livro de kipling “Jungle Books” (O livro da selva) para modelar uma nova mística inspirada em Mowgli. Pediu autorização ao autor e diz Baden Powell que este “era um bom amigo do escotismo desde seus primórdios, autor da canção oficial dos escoteiros e pai de um escoteiro.
É interessante o nome eleito para estas crianças: “lobinhos”, sendo conhecido o nome que os maçons dão às crianças “adotadas” pela Irmandade.
Esta designação é muito antiga e revela que no antigo Egito os iniciados nos mistérios de Isis colocavam uma máscara com a efígie de um lobo dourado. Os iniciados de Isis recebiam o nome de “chacais” ou “lobos”.
Se lermos atentamente “O Livro das Terras Virgens”, não nos será difícil encontrar o paralelismo entre a ideologia maçônica e a “roca do conselho” com sua denominação de “Povo Livre” que dá a matilha de lobos, tendo em conta que o termo inglês “Free-mason” significa “construtor livre” e a primeira condição para todo maçom é que este seja “livre e de bons costumes”.
Maçonicamente, Kipling foi iniciado na loja “Hope and Perseverance” Nº 782 de Lahore, Punjab (India) e em seu retorno a Inglaterra trabalhou na “Mother Lodge Nº 3861″ de Londres.
Estas três pessoas, de notável influência em Baden Powell pertenciam a Ordem Maçônica. Em alguns o impulso na fundação do escotismo esteve dirigido por maçons.
Na França, o barão Pierre de Coubertin foi um dos principais gestores dos “Eclaireurs”, enquanto em nos EUA existiram dois grandes homens que colaboraram na criação dos “Boy Scouts of America”: Ernest Thompson Seton (Escoteiro Chefe Nacional) e Daniel Carver Beard (Comisionado Escoteiro Nacional), este último reconhecido franco-maçom.
Segundo William Hillcourt, dois presidentes norte-americanos colaboraram ativamente com a obra de Baden Powell. Um deles, Theodore Roosevelt, é citado no livro “Escotismo para Rapazes”.
Roosevelt foi nomeado vice presidente honorário dos “Boy Scouts of América” ao ser fundada a instituição. Em sua agitada vida maçônica, foi iniciado na Loja “Matinecock Nº 806″ de Oyster Bay (Nova York), sendo um porta-voz maçônico em todo o mundo.
O outro presidente que lutou pela causa escoteira foi William Taft, que se encontrou com o Escoteiro Chefe Mundial em 1912, prometendo-lhe total apoio na difusão da organização nos Estados Unidos. Taft foi iniciado em 1909 na cidade de Cincinnati (Ohio) e foi fotografado em várias oportunidades com o malhete maçônico que pertenceu a George Washington.

Baden Powell foi maçom?

Lady Olave – esposa de Baden Powell- afirmou em uma oportunidade que Baden Powell nunca foi maçom, porém isto é verdade?           
Primeiramente dizemos que não convém para os interesses da Igreja Católica que Baden Powell seja maçom e é justamente esta Igreja que tem tentado monopolizar o escotismo em muitos países.
Se fosse revelada a participação de Baden Powell na antiga Irmandade, o que aconteceria?
O catolicismo tem sido o inimigo mais duro da maçonaria e ainda hoje “não mudou o juízo negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, porque seus princípios têm sido considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e os fiéis que pertencem a ela arrecadam pecado grave e não podem chegar-se perto da santa comunhão”, segundo uma declaração da Congregação para a Doutrina da Fé em novembro de 198.
O certo é que ante a falta de documentação que valide o espírito maçônico de Baden Powell, devemos analisar a similaridade entre o escotismo e a maçonaria.

Alguns pontos de contato entre ambas as instituições que podemos enumerar são as seguintes:

a) A promessa escoteira como uma iniciação do aspirante (profano) em iniciado.

b) Uso e reiteração do número 3. No escotismo existem três princípios e três virtudes, enquanto que na maçonaria se fala das três luzes e das três luzes menores. Os escoteiros basicamente têm três graus de adestramento (Noviço, Segunda e Primeira Classe), enquanto que na maçonaria existem os três graus simbólicos: aprendiz, companheiro e mestre.

c) Os escoteiros e os maçons apertam a mão de uma maneira especial e simbólica

d) É significativo o uso do termo “lobinhos” (como já dissemos) e toda uma mística inspirada no livro de conteúdo maçônico, igual que “Kim”.

e) A ajuda ao próximo é uma particularidade de ambas as instituições.

f) Se utiliza o termo “Irmão Escoteiro” ou “Irmão Maçom”, dando a entender a existência de uma Irmandade Mundial.

g) A cadeira da fraternidade (as mãos apertadas) existe nas duas organizações em alguns momentos transcendentes.
Para finalizar, disse Baden Powell em um Congresso de Escotistas celebrado em Paris em 1922: “O Movimento Escoteiro representa uma união mundial de socorro fraternal, uma associação universal de amizade que não tem fronteiras. Educados na compreensão e que as nações são irmãs, de que formam parte de uma grande família humana cujos membros devem ajudar-se e compreender-se mutuamente, os jovens cidadãos e cidadãs de todas as nações cessarão de olharem-se como rivais e não alimentarão mais que pensamentos de amizade e de estima mútuas”.
Não existe qualquer prova de que o Major-General Lord Robert StephensonSmyth Baden-Powell tenha sido um maçom, seja da Obediência inglesa, seja da irlandesa, seja da escocesa.
É remotamente possível, mas improvável, que tenha sido iniciado em outra jurisdição. George Kendall na, “Maçonaria durante a Guerra Anglo-Boer, 1899-1902″ não faz qualquer menção a ele. Na obra de Paul Butterfield “Centenário: os primeiros cem anos da Maçonaria Inglesa no Transvaal” similarmente não existe também qualquer referência. Se Baden Powell tivesse sido um membro da Ordem, tal teria seguramente vindo a lume durante a guerra na África do Sul, no decorrer da qual a atividade maçônica está bem documentada”.
O criador do Movimento Escotista Baden-Powell, referenciei a existência de diversas Lojas Maçônicas que adotaram como sua designação o nome desse profano ilustre.
No entanto, em Ars Quatuor Coronatorum: Transactions of Quatuor Coronati Lodge No. 2076 se esclarece que Lord Baden Powell claramente que aprovou a Maçonaria, pois entregou à primeira Loja identificada com o seu nome (n.º 488,Victoria) o Volume do Livro da Lei que nela ainda hoje é utilizado.
Segundo George W. Kerr “A Maçonaria e o Movimento Escotista”, existem por todo o Mundo Lojas maioritamente formadas por antigos e atuais escoteiros, agrupadas numa associação denominada Kindred Lodges Association, que promove reuniões bianuais.
Esta associação de Lojas de dupla filiação maçons /escoteiros compreende 28 lojas em Inglaterra, 1 na Escócia, 1 na Irlanda, 2 no País de Gales, 10 na Austrália, 1 na Nova Zelândia e 1 na Alemanha.           
Existem seis Lojas maçônicas com o nome de Baden-Powell na Austrália. Destas, o sítio da n.º 488, de Victoria é referenciada no texto e citações a Loja n.º 505, que publicou em 1982 o opúsculo intitulado A Maçonaria e o Movimento Escotista. A Loja n.º 222 atribui anualmente o prêmio Ted Whitworth, integrado no sistema de prêmios dos South Australian Rovers, uma organização escotista.

Exsitem Sítios de Lojas com o nome de Baden Powell na Irlanda, na Argentina e na África do Sul; ainda referenciada a Loja Baden Powell n.º 381, na Nova Zelândia.
Tambem a Respeitável Loja Baden Powell, n.º 185 da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fundada em 4 de Novembro de 2004 e com sede no Oriente de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
No Brasil existem ainda mais duas Lojas com o nome Baden Powell, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo.
Esta velha idéia de cosmopolitismo é notadamente maçônica. Boucher afirmava que “A pátria do maçom é a Terra inteira e não só o lugar de onde nasceu ou se desenvolveu”