NOTA INTRODUTÓRIA
Curiosidades -
Você sabia que Getúlio Vargas mandou fechar a Maçonaria Brasileira?
Para
quem conhece um pouco da Ordem, sabe que absolutismo e ditadura nada tem haver
com nossos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Getulhão sabia disso
também! Pois bem, o historiador e nosso Irmão Frederico Guilherme costa em seu
livro “A Trolha na Universidade” no capítulo 34, publicou uma ata da Loja
“Fraternidade de Santos” de 1º de fevereiro de 1938 que reproduzirei parte dela
a seguir para contextualizar a informação acima.
“Levando-se
em conta a situação da loja e seu patrimônio, os Obreiros deliberaram, entre
outras medidas o seguinte:
a)
– Considerando, que a Comissão Executiva do Estado de Guerra, nomeada pelo Exm°
Sr. Presidente da República, deixou uma ordem mandando fechar o Grande Oriente
do Brasil, os Grandes Orientes dos Estados e todas as Lojas maçônicas do país;”
Diante
do exposto, acredito que a Maçonaria com seu currículo de lutas contra a
tirania pelo mundo, deve ter deixado o Getúlio desconfortável, levando o mesmo
a tomar a atitude de fechar nossa Augusta Fraternidade a fim de evitar futuras
ameaças.
SOCIEDADES SECRETAS – MAÇONARIA E O PERÍODO DITATORIAL
A
maioria dos maçons apoiou inicialmente o golpe, em um contexto que a situação
do país era caótica. Castellani ainda afirma que o apoio da Maçonaria se deu
devido à intenção do presidente de dar um rumo ordeiro à nação e devolver o
governo aos civis, fato que não ocorreu devido a influencia da ala radical do
exército. Ao contrário do Estado Novo, período ditatorial em que o Presidente
Getúlio Vargas mandou fechar quase que todas as lojas maçônicas, o governo
instaurado em 64 praticamente não repreendeu a instituição maçônica, de fato, o
autor ressalta que era a própria Maçonaria que expurgava os membros
considerados radicais. Além disso, existiam aproveitadores na ordem que usavam
da tendência política dominante para perseguir outros maçons considerados
adversários e os acusá-los de serem comunistas.
Este
clima tenso fez que com que pessoas de destaque como o secretário de cultura sofressem
pressões da ordem e fossem julgados como “pessoas de esquerda”, portanto,
inadequados de pertencerem à Maçonaria. A partir de 1968 o sistema ditatorial
começou a ficar mais repressivo. Artur da Costa Silva era o presidente do
período, o congresso foi fechado e foi instaurado o Ato Institucional n° 5(AI
5) que acabava com várias garantias institucionais e jogava o Brasil em um
período de muita censura e repressão. Devido á tensão da época, a atividade
maçônica começou a diminuir se restringindo a fatos administrativos internos.
Castellani afirma que no dia 24 de junho de 1969, o Grão Mestre Geral Moacir
Arbex Dinamarco escreveu no seu relatório geral a seguinte mensagem: “(…)
Demonstramos o pensamento da Maçonaria sobre a relevância do papel das forças
armadas na defesa do regime democrático. Não nos acomodamos quanto à crise
estudantil e, em declaração incisiva, colocamo-nos como mediador da mesma,
procurando serenar o episódio”. Apesar de o Grão Mestre Moacyr afirmar que
defendia um regime democrático, ele fazia exatamente o oposto, defendendo em
nome da Maçonaria, um regime ditatorial.
Depois
de Costa e Silva, o Brasil foi governado por Emílio Garrastazu Médici, que
inaugurou a época mais dura e repressiva do regime. Essa época foi marcada por
dissidências dentro da Maçonaria, em partes causadas pelo aumento do número de
maçons contrários à ditadura militar. Em 1973 ocorreu uma cisão na Ordem
Paulista, que ficou conhecido como “Cisma
Paulistinha”, esse evento foi causado basicamente por disputas políticas
internas referentes às sucessões de cargos maçônicos.
Depois
da Era Médici, o general Ernesto Beckmann Geisil assumiu o controle do regime,
e foi o principal responsável pelo início da lenta e gradual abertura política
do país. O auge do apoio institucional da Maçonaria aconteceu no dia 15 de
março de 1974, quando o presidente Geisel recebeu em audiência, o Grão Mestre
Geral Osmame Vieira de Resende e o seu Adjunto o senador do partido
situacionista Osíris Teixeira. No referido evento, Teixeira leu um ofício que
reafirmava o apoio do Grande Oriente ao governo instaurado em 1964. De acordo
com Castellani esse evento se fez sem consulta ao chamado “povo maçônico”, que
desiludido e não percebendo a volta do regime democrático, já não apoiava, em
sua maioria, o regime vigente.
Em
1979, João Batista Figueiredo assumiu a presidência, em um governo que se
caracterizou por atitudes menos repressivas. No dia 28 de agosto, o presidente
sancionou a lei de anistia, que foi promulgada no dia 1º de novembro. A Maçonaria
apoiou a lei da anistia, apesar de haver maçons que não concordaram com essa
ideia. A instituição também apoiou as eleições diretas para presidente no ano
de 1984, o que de fato não ocorreu, visto que alguns grupos políticos queriam
manter-se no poder. Pela via indireta foi eleito Tancredo Neves, que morreu
antes de tomar posse, sendo assim o cargo foi entregue a José Sarney. Sarney
conduziu o país em um regime impopular e marcado pela alta inflação, mas que
entraria na história por ter sido o primeiro governo civil depois de duas
décadas de ditadura militar.
Texto:
Marcus Vinícius Galindo
Saiba
Mais:
·
ALMERI,
Tatiana. Raízes Secretas. In: Sociedades Secretas: Maçonaria,
Illuminatis, Cavaleiros Templários. Direção: Sandro Aloísio. Ed: Escala. São
Paulo, 2009. P. 104.
Illuminatis, Cavaleiros Templários. Direção: Sandro Aloísio. Ed: Escala. São
Paulo, 2009. P. 104.
·
CASTELLANI,
José. A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial. Ed:
Landmark , São Paulo. 2007
Landmark , São Paulo. 2007
Extraído de : http://monicanobrega.com.br/sociedades-secretas-maconaria-e-o-periodo-ditatorial/
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