QUEM SOMOS

CAVALEIROS - alusão aos Templários, às Cruzadas e à Távola Redonda. HERMON - o termo remete-nos ao Monte Hermon, em cujo topo se forma a neblina que se condensa em forma de garoa, o orvalho consagrado pelo Salmo 133. Essa precipitação "tolda parcialmente o sol escaldante do sul do Líbano, e umedece seu solo, transformando-o numa das regiões mais férteis e amenas do Oriente Médio."

Nós Cavaleiros do Hermon, na constante busca para tornar feliz a humanidade, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, nos reunimos às sextas-feiras a partir das 20h00 , na Avenida Pompéia, 1402 - Templo Ir.'. Willian Bucheb - São Paulo - SP.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ILUSÕES DE ÓTICA NA MAÇONARIA



  1. Por: O Irmão José Maurício Guimarães é Venerável Mestre e fundador da Loja Maçônica de Pesquisas “Quatuor Coronati, Pedro Campos de Miranda”, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais.
  2. Extraído de: http://omalhete.blogspot.com.br/2016/01/ilusoes-de-otica-na-maconaria.html - acesso em 201255JAN2016.


Quem se preocupa com o bem estar da Maçonaria e o progresso de nossas instituições já deve ter percebido que uma parte dos que pedem iniciação nas Lojas o fazem por motivos opostos aos padrões de nossa Ordem. Haja vista a quantidade de obreiros que abandona as Lojas entre o Primeiro e o Segundo Graus. Essas estatística ninguém tem ânimo de revelar, mesmo para uma pesquisa interna fundamentada em causas e motivos. Uma ilusão de ótica pode entreter os sentidos, mas é insustentável ˗ principalmente para pedreiros (maçons) que têm o olhar refinado pelo duplo parâmetro do Esquadro e do Compasso.
Quando abordo assuntos como este, alguns se preparam para "vestir carapuças", mas a atitude correta seria a de submeterem à discussão e à pesquisa séria o controverso, ao invés de desprezarem algo que nos aflige e consome parte das nossas energias.
O problema não para por aí. Dos que permanecem nas Lojas, muitos insistem em lutar por uma fatia daquilo que erradamente consideram ser nossa Ordem ˗ uma organização que distribui benesses ou vantagens que não derivam de esforço ou trabalho.

Não me canso de falar sobre os reais objetivos da Maçonaria: em primeiro lugar, propiciar uma Iniciação com "i" maiúsculo, capaz de proporcionar àqueles que foram introduzidos no simbolismo as condições de conhecerem a si mesmos. Só depois de Conhecer a Si Mesmo o iniciado estará apto a prosseguir nos segredos revelados pelo Grau de Mestre ou prosseguir além do III. Do contrário, a Exaltação será apenas mais uma representação de princípios metafísicos inatingível para o discípulo despreparado.
Pergunto: o que é "conhecer a si mesmo" e quantos têm realizado essa "alquimia"?
O que é levantar Templos à Virtude? Façamos um exame de consciência; meçamos a profundidade das masmorras onde deveríamos sepultar os vícios:
˗ O vício ou "doença do endurecimento mental e espiritual; a doença da rivalidade e da vanglória; da vida dupla, fruto da hipocrisia típica da mediocridade e do vazio espiritual; das bisbilhotices, das murmurações e dos mexericos; da indiferença para com os outros; o vício dos círculos fechados; o vício ou doença do proveito mundano" ˗ este texto em negrito e entre aspas pertence ao discurso proferido pelo Papa Francisco à Cúria Romana (cardeais, bispos e monsenhores que formam que formam a estrutura da Igreja) nas vésperas do Natal de 2014, numa segunda-feira 22 de dezembro, classificando como doenças os desvios que arrastam as mais sublimes instituições para o abismo do materialismo.
Entre nós, os Graus de Aprendiz e o de Companheiro são feitos às pressas e no único intuito de exaltarem "a toque de caixa" um novo Mestre para compor os minguados quadros da Loja. As instruções são lidas de qualquer jeito e os trabalhos para aumento de salário, com raríssimas exceções, são cópias impessoais dos rituais, plágios de livros, cópias malfeitas da internet e arremedo do que se diz nos corredores frequentados por falsos instrutores. Mas se faltam Mestres ou Obreiros nas colunas, o motivo deve ser procurado também nos processos eleitorais que não suportam chapas de oposição nas Lojas por receio de o debate, a democracia e o contraditório esvaziarem as instituições e provocarem cisões. Pelo contrário ˗ quanto mais acirradas forem nossas discussões, mais fortalecida sai a Maçonaria. Depende também de uma legislação mais rigorosa não permitir criação de novas Lojas com minguados Obreiros; depende de as Potências estimularem a fusão e/ou incorporação daquelas que, por infelicidade, acharem-se momentaneamente impossibilitadas de cumprirem suas obrigações.
Dito isso, estou preparado para enfrentar caras amarradas e gente tola me virando as costas. Mal sabem que não estou servindo a mim mesmo e sim à Ordem em cujos altares jurei fidelidade.
Precisamos enfrentar a realidade e sairmos das zonas de conforto.    
É por causa dessas maneiras equivocadas de se tratar o processo iniciático (salvo honrosas exceções, repito) que a Maçonaria brasileira ficou confinada à contemplação do próprio umbigo, repetindo os mesmos equívocos do passado e agindo como Narciso ˗ personagem da mitologia que, encantado com a própria beleza, deitou-se na margem de um lago e definhou-se contemplando seu reflexo, até que, apaixonado por si mesmo, atirou-se na água e morreu afogado.
Um rápido olhar sobre o desenvolvimento da Maçonaria brasileira revela os fatores externos e a ambição dos "profanos de avental" que dessacralizaram nossos Templos com discursos enviesados.
Na primeira na década de 1830, marcada pelas hostilidades dos políticos brasileiros contra os portugueses, houve a "queda de braço" entre Gonçalves Ledo e José Bonifácio somadas às sucessivas trocas ministeriais que levaram o Grão-Mestre, D. Pedro I, a afastar-se do Grande Oriente e abdicar do trono. O poder maçônico e imperial caíram nas mãos de José Bonifácio que conduziu a Maçonaria brasileira a seu modo discricionário.
Esse estado de coisas permaneceu até a Proclamação da República ˗ segunda fase ˗ a partir de quando os dois primeiros Presidentes ˗ de 1889 a 1894 ˗ foram maçons militares, Deodoro e Floriano ˗ este último denominado "marechal de ferro" por ter praticado uma "ditadura de salvação nacional", salvação essa que colocou os melhores e mais esclarecidos maçons da época na periferia, com a consequente guindagem de personalidades inexpressivas (exatamente como acontece hoje, em alguns setores da Ordem e da República, quando os mais capazes são hostilizados em tudo o que pretendem empreender). Tanto Deodoro quanto Floriano foram mais militares a serviço das elites do que maçons a serviço do povo brasileiro. Os Irmãos José do Patrocínio (jornalista e abolicionista) e Carlos Gomes, imortal compositor, foram vítimas da retaliação maçônico-republicana. Patrocínio foi "marcado" pelo "irmão" marechal que o deportou para Cucuí, no alto Rio Negro. Para o longínquo norte também foi "despachado" o genial Carlos Gomes por ter se recusando compor um hino para a República; apesar do estrondoso sucesso alcançado na Europa com a ópera "Il Guarany", Carlos Gomes teve suspensa sua nomeação para o Conservatório de Música do Rio de Janeiro, sendo despedido para o Pará, sendo vigiado pelo governo de Lauro Sodré, também maçom, etc. e tal (1)
Na terceira fase ˗ que vai de Prudente de Morais (1894) até Washington Luís (1930) ˗ oito entre os onze Presidentes da República foram os chamados "poderosos Irmãos", mais preocupados em acumular a tríplice função de chefe do governo republicano, Grão-Mestre do simbolismo e Grande Comendador de algum Rito. Ainda hoje os desavisados usam o tratamento "poderoso irmão" sem se darem conta da infeliz conotação dessa expressão nascida do abuso de poder e ilegítima acumulação de funções na nascente República do Catete (2).
Essa situação confusa e incoerente terminou em 1930 quando Getúlio Vargas destituiu o Presidente maçom, Washington Luís, e mandou que os ministros militares o prendessem no Forte de Copacabana. No mesmo período, Mário Behring ˗ já distanciado do GOB ˗ vinha consolidando as Grandes Lojas (1927) como Potências independentes desvinculadas de disputas políticas no âmbito da República.
A quarta fase durou uma geração inteira, aproximadamente 35 anos, arrastando-se penosamente até a década de 60, época em que a Maçonaria brasileira cuidou apenas de conflitos internos, arengas e bate-bocas. As Grandes Lojas e o Grande Oriente não fizeram mais do que administrarem acusações, chiliques e melindres entre homens com "barba na cara" (mais ou menos como ainda hoje, em pleno Século XXI, quando vicejam as camélias, plantas da família das Theaceae, cuja flor mimosa pode durar vários dias, desde que não se lhes toque as graciosas corolas, pois quando tocadas, cobrem-se de manchas amarronzadas que comprometem a livre expressão do pensamento). Enfim: essas suscetibilidades, a inveja e os afetados impediram que qualquer projeto verdadeiramente maçônico fosse levado adiante.
A quinta fase coincide, por conseguinte, com os anos de chumbo da ditadura militar (de 1964 até a promulgação da Lei da Anistia em 1979). Diante da repressão, os valentões de nossa Ordem emudeceram e dedicara-se às comemorações festivas; houve pouquíssimas e pontuais reações.
Vivemos hoje a sexta fase em solo brasileiro: uma jovem democracia de 37 anos inserida em quase 200 anos de Maçonaria... e 127 de República: uma organização construída sobre os escombros de lutas fratricidas e na disputa pelos primeiros cargos em todos os seus segmentos ˗ uma "autofagia"(3), no conceito dos historiadores Marco Morel e Françoise Jean de Oliveira Souza.
A sociedade de hoje ˗ acostumada com a ideia de que nós maçons somos os paladinos da Liberdade ˗ vem perguntando sobre o que temos feito de concreto, nos últimos 50 anos, pelas causas sociais e o desenvolvimento harmonioso da República Brasileira; vem questionar sobre projetos sólidos para o futuro... e temos que reconhecer nosso despreparo, seja em orientarmos a geração atual, e as próximas, quanto ao protagonismo e direitos próprios dos cidadãos ˗ mesmo porque não é papel da Maçonaria fazer lobby(4) ou tentar exercer influência direta nos poderes da República. Não temos projeto algum, apenas ações pífias e de consenso, levadas adiante penosamente pelos grandes idealistas.
Só quando levantarmos os olhos dos próprios umbigos e tivermos coragem de dizer NÃO aos "donos da Maçonaria" e ao mesmismo é que ficaremos conscientes das areias movediças nas quais fomos abandonados.
a) O senso de pertencimento como se fossemos "paladinos de alguma coisa". Infelizmente só alguns se destacam por utilizarem os "canais iniciáticos" da Maçonaria como mecanismos de atribuição pessoal, "validando" uma proeminência que, de outra forma, não conseguiriam. São atitudes, espalhafatosas e extravagantes, mórbidas e risíveis demonstrações da superestima de suas potencialidades. Só não as percebem os que, destituídos de ponderação, cometem tamanha imprudência.
b) A falta do diálogo interno, pela superabundância de instâncias mal copiadas do mundo profano, e o descuido com o que de mais sagrado é assegurado ao postulante no Grau de Aprendiz: a garantia da busca constante da verdade sem obstáculos institucionais ou censuras, mediante o constante exercício da tolerância e defesa da liberdade de pensamento.
c) O crescente predomínio dos meios da comunicação eletrônica e a velocidade das informações diminuiu nossa capacidade de concentração e estudo. De todas as classes sociais acorre uma geração informatizada antes de ser completamente educada ou instruída, especialistas em manipular celulares ligados durante as Sessões. Somos muitos grupos em WhatsUp e poucos interessados no profícuo convívio da Instrução, a exemplo do que realizam as Escola Maçônicas e as Lojas de Estudo e de Pesquisas, também levadas adiante por idealistas que não se curvam no altar da subserviência.
A própria Maçonaria nos aconselha o melhor antídoto para a cura desses males ˗O VOTO (secreto e universal), livre e corajoso. Esta é a "arma" pacífica contra o continuísmo para que, no futuro, haja avaliações de desempenho e valorização do mérito (que é princípio universal maçônico). Por que não? Não é dessa forma que funcionam as instituições democráticas e as normas constitucionais republicanas?
Somos todos responsáveis pelos Irmãos que, desavisados, frequentam as Lojas 'como terapia de alívio da sobrecarga existencial, encarando a Maçonaria como o refúgio para a prática inconsciente do drama de suas angústias pessoais a ponto de se transformarem em "autômatos freudianos", praticando a solidariedade apenas pela necessidade de estarem juntos, sem a consciência de saber o porquê e a finalidade de estarem juntos' (conforme o alerta de Rosemiro Pereira Leal em seu livro "Morfologia do Rito Maçônico", p. 150; citado no meu livro "Grande Loja Maçônica de Minas Gerais-História, Fundamentos e Formação", p. 29).
Ilusões de ótica não se sustentam.
"Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos por todo tempo".  Dizem que a frase é de Abraham Lincoln; se não for de Lincoln, fica sendo minha, e pronto.
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(1) embora alguns evitem falar no assunto ou "esquecer o fato", Floriano Vieira Peixoto foi iniciado na Loja “Perfeita Amizade”, de Maceió, em  1871, confirmando o que já foi dito sobre os aventureiros que "entram" na Sublime Ordem em busca de vantagens que não demandem esforço, trabalho ou inteligência.
(2) Catete: nome de um bairro nobre da Zona Sul, no município do Rio de Janeiro, onde o Palácio do mesmo nome, outrora sede do presidência da república.
(3) autofagia: ato de autodestruição pelo nutrir-se da própria carne. Marco Morel usou o termo em entrevista a O Estado de S. Paulo após o lançamento do livro "O Poder da Maçonaria" (Editora: Nova Fronteira, 2008); e define a Maçonaria brasileira como "um espaço de disputa, de embate. Os chamados republicanos da época e outras tendências também estavam no espaço maçônico, disputando." É dever de cada um de nós estarmos preparados e bem instruídos para apagarmos essa ideia que faz de nós a sociedade.
(4) "lobby" é a "atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos, que visa exercer sobre estes qualquer influência ao seu alcance, mas sem buscar o controle formal do governo" (Dicionário Houaiss).
(5) refiro-me à instrução maçônica em sentido amplo: ritualística, moral, cavalheiresca, espiritual e organizacional (não confundir cavaLHeiresca com cavaleiresca; enquanto cavaLHeiresco refere-se à pessoa educada, digna e ilustre, cavaLEIresco é relativo ao que cavalga, o montador, próprio de quem dirige o cavalo, muar ou burro, arrastando-o pela rédea, estimulando pelo chicote ou acicatando pelas esporas. Vejam como um sutil letra 'H' pode estragar tudo.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA DE 1822


Imagem extraída de: naterradospapagaios.blogspot.com
 
 
Cansados e saturados por dois séculos de guerras político-religiosas, desiludidos das religiões, ditas reveladas, que as tinham provocado, produzindo um verdadeiro caos nos costumes morais e religiosos do povo inglês, os Maçons Especulativos, surgidos em princípios do século XVIII, voltaram as vistas para o simbolismo das religiões da antiguidade, tentando redescobrir os Símbolos do passado e o seu conteúdo doutrinário e iniciático, deturpado, desfigurado e velado pela ignorância eclesiástica medieval e pelos sofismas dos doutores escolásticos.

Em consequência dos estudos empreendidos pelos estudiosos, formou-se a Simbólica Maçônica. Nela são compreendidos Símbolos das mais variadas origens e procedências, que podem ser divididos em cinco classes principais:

 

a) Símbolos místicos e religiosos tradicionais: o Tau (símbolo do poder); o Círculo com um ponto central (Sol); o Selo de Salomão ou Escudo de Davi (criação, Deus, perfeição); o Triângulo, o Delta Luminoso, os Três Pontos (sempre evocando a ideia de Deus) etc.

b) Símbolos tirados da arte da construção: Símbolos da profissão dos Maçons Operativos: o Compasso (medida na pesquisa); o Esquadro (retidão na ação); o Malho (vontade na aplicação); o Cinzel (discernimento na investigação); a Perpendicular (profundeza na observação); o Nível (emprego correto dos conhecimentos); a Régua (precisão na execução); a Alavanca (poder da vontade); a Trolha (benevolência para com todos); e o Avental (símbolo do trabalho constante) etc.

c) Símbolos herméticos e alquímicos: o Sol e a Lua; as Colunas B e J; os três princípios da Grande Obra: Enxofre, Mercúrio e Sal; e os quatro elementos herméticos: Ar, Água, Terra e Fogo; o Vitriol etc.

d) Símbolos possuindo um significado particular: a Romã (simbolizando os Maçons unidos entre si por um ideal comum); a Cadeia de União (a união fraternal que liga por uma cadeia indissolúvel) todos os Maçons do globo, sem distinção de seitas e condições); a Estrela Flamejante (a iluminação); a Letra G (conhecimento); o Ramo de Acácia (imortalidade e inocência); o Pelicano (amor e abnegação) etc.

e) Outros Símbolos tradicionais: pitagóricos (números); cabalísticos (sefirot); geométricos, religiosos, e todos aqueles que se prestaram a um significado maçônico.

De acordo com os seus pontos de vista particulares, estes Símbolos são vistos pelos Maçons, seja como elementos de Iniciação, com significados esotéricos, seja como fórmulas morais, comportando significados educativos. De qualquer maneira, as ideias representadas por estes Símbolos devem ser admitidas por todos os Membros da fraternidade maçônica, sem o que não podem ser considerados verdadeiros Maçons. O Nível, por exemplo, representa também a ideia de igualdade, obrigatória entre os Maçons. O Esquadro é o emblema da retidão e do direito, princípios que devem ser obrigatoriamente respeitados por todos os Maçons. O Malhete é o símbolo da autoridade do Venerável e personifica a disciplina nos trabalhos que todo Maçom é obrigado a admitir. E, além de representarem fórmulas ou ideias morais, os Símbolos são uma espécie de linguagem que une os Maçons entre si por serem a expressão de ideias comuns a todos eles.

 

É este o sistema adotado pela Maçonaria, diz Mackey, para desenvolver e inculcar as grandes verdades religiosas e filosóficas, de que foi, por muitos anos, a única conservadora. E é por essa razão, como já observei, que qualquer investigação dentro do caráter simbólico da Maçonaria deve ser precedida por uma investigação da natureza do simbolismo em geral, se quisermos apreciar, convenientemente o seu uso particular na organização maçônica.

Em sua “Encyclopedia of Freemasonry”, o sábio Albert Galatin Mackey prefere ir mais longe:

“A Maçonaria é um sistema de moralidade desenvolvido e inculcado pela ciência do simbolismo. Este caráter peculiar de instituição simbólica e também a adoção deste método genuíno de instrução pelo simbolismo, emprestam à Maçonaria a incolumidade de sua identidade e é também a causa dela diferir de qualquer outra associação inventada pelo engenho humano. É o que lhe confere a forma atrativa que lhe tem assegurado sempre a fidelidade de seus discípulos e a sua própria perpetuidade.“

De fato, a Maçonaria adotou o método de instrução, ela não o inventou.

A simbologia é a ciência mais antiga do mundo e o método de instrução dos homens primitivos. É graças a ela que tomamos conhecimento hoje, da sabedoria dos povos antigos e dos filósofos. O acervo religioso, cultural e folclórico da humanidade está preservado através do simbolismo, desde a pré-história.

O princípio do pensamento simbólico está fincado em uma época anterior à história, nos fins do período paleolítico. Os mestres da humanidade primitiva, podem ser facilmente localizados, através de estudos sobre gravações epigráficas.

A Maçonaria é a legítima herdeira espiritual das sociedades iniciáticas da antiguidade, porque perpetua o tradicional método de instrução, no ensinamento de suas doutrinas.

Em 02 de agosto de 1822 é Iniciado D. Pedro I, o Imperador do Brasil e seu segundo Grão-Mestre.


FONTE: MS MAÇOM

BRESLAUER, A. F., The Master’s Handbook. 10a edição. Grand Lodge F&AM of California, 1984.
BULLOCK, S. C., Revolutionary Brotherhood: Freemasonry and the Transformation of the American Social Order, 1730–1840, Chapel Hill, 1996.
CARR, Harry. Samuel Prichard’s Masonry Dissected. 1730. Reedição. Bloomington, Ill.: Masonic Book Clube, 1977.
CASTELLANI, J. Do Pó dos Arquivos. Londrina: Editora A Trolha, 1996.
CASTELLANI, J. Os Maçons e a Independência do Brasil. Londrina: Editora A Trolha, 1993.
CASTELLANI, José. A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial. São Paulo: Ed. Landmark, 2007.
CASTELLANI, José. Fragmentos da Pedra Bruta. Londrina: Editora A Trolha, 2003
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