"Não
deem o que é sagrado aos cães,..." (Yeshua ben Pandira)
Há conceitos que devem ser entendidos plenamente para que possamos saber como
manifestá-los, o local e momento que devem ser usados e o porquê de eles
estarem sendo aplicados. Entre estes conceitos há o de profanoe o de sagrado.
Grosso modo se tem como profano [= exposto] o que se refere à materialidade e
como sagrado [=resguardado] o que se refere à espiritualidade.
Ser sagrado é estar protegido por alguma espécie de iniciação ou
mudança mística. E indo além: profano seria o exotérico
[externo] e sagrado, o esotérico [interno]. (Bom que não se
confunda sagrado com religioso, pois será um desastre!).
A Maçonaria, como entidade civil é profana, é exotérica, é simbólica, mas
como ordem iniciática é sagrada, é esotérica, é alegórica, e é por isso
que suas Lojas se transformam em Templos e os trabalhos em seus Templos, em
Oficinas. (Bom ter em mente que se transmitem conhecimentos exotéricos,
mas se apreendem entendimentos esotéricos e estes entendimentos dependem
do nível intelectual de cada um.).
O Templo maçônico tem de ser obrigatoriamente sagrado paraque, de
forma transcendental, transformar-se em Oficina, propiciando reuniões de
caráter místico, objetivando adquirirmos entendimentos esotéricos através de
ensinamentos exotéricos. Em um Templo maçônico depois que os trabalhos tomam plena
força e vigor, tudo deve ser tratado respeitosamente, sob os sãos influxos da
Moral e da Razão. Devaneios criam campo energético propício às desordens e às
desarmonias, com consequências desastrosas à Egrégora. Se não entendemos estas
diferenças entre o profano e o sagrado e ainda pior, se não
as aceitamos em nosso íntimo, de nada adianta nossa presença em uma Oficina
maçônica, pois ela será sempre desarmoniosa por sermos "um estranho no
ninho". (Selat).
Oficina maçônica não é clube social e sim um ambiente de quietude e serenidade
onde seus partícipes buscam refletir sobre as possibilidades de progresso,
tanto individual como coletivo. Passada a proteção mística do Sete, o número da
criação, a cada oito dias temos de nos reunir, por um espaço de duas horas, com
o firme propósito de nos "recarregarmos" e se esta "recarga"
for desarmoniosa, inconscientemente evitaremos estar presente em estas
reuniões. Criamos mil empecilhos, em nosso inconsciente, que nos manterão
afastados e, se insistirmos em nos reunir, com o passar do tempo, nós teremos
distúrbios psicossomáticos. Faz-se imprescindível em o Átrio, admoestados pelo
M.'. CCer.'., eliminarmos o que é profano e continuarmos sagrado.
Entender plenamente esta diferença entre o profano e o sagrado é
apreender o conceito de laicidade que a nossa Sublime Ordem exige da cada um de
nós. Passaremos também a entender a diferença entre Laicidade [amplo sentido] e Laicismo
[estrito sentido].
Há de haver, não somente no Átrio, à hora da reunião, mas durante todo o dia,
um cuidar-se especial até chegarmos à Loja maçônica para, ali, depois das
transformações místicas, trabalharmos em uma Oficina. Corpo e alma devem
estar devidamente preparados: Corpo com higiene e vestimenta adequadas; alma
com "higiene" e "vestimenta" necessárias. Desarmonia? Nem
pensar! Lembre-se do "... e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão
e,...".
Nada se faz mais sublime que ao ouvirmos o "Oh! quão bom e suave é que os
irmãos vivam em união. ..." estarmos de consciência tranquila e aptos para
se permanecer em aquele ambiente de quietude e serenidade onde não se busca o
devaneio, mas sim a reflexão e tudo sendo tratado aos sãos influxos da
moralidade e da racionalidade.
Temos de apreender, de uma vez por todas, que a partir do momento que nos
propusermos a ir à Loja, oprofano deve ficar na sala dos passos perdidos
ou no máximo ir até o átrio, mas depois de se estar em o entre colunas tudo
é sagrado, pois assim não o sendo, não haverá Oficina e a Egrégora se
formará desarmônica causando distúrbios em nosso campo energético.
E tem mais: não podemos nos esquecer, nem por um segundo, que por sermos sagrados somos
osPortadores da Luz, pois ela nos foi dada em nossa Iniciação, e como tais,
deveremos estar bem à mostra para iluminarmos todo e qualquer ambiente onde
estivermos.
Géber Romano Accioly - MI
(geberacciolyy@gmail.com)
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