Antônio Carlos Gomes
Nascido em Campinas em 11/07/1836, foi o
mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se
pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa.
Primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no
renomado Teatro Scala, em Milão, na Itália. É o autor da
ópera “O Guarani” e patrono da cadeira de número 15 da Academia
Brasileira de Música. Teve o nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria,
em 26 de dezembro de 2017.
Aos 15 anos de idade compôs valsas, quadrilhas e polcas.
Aos 18 anos, em 1854, compôs a Missa de São Sebastião, sua
primeira missa, repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A
emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao
irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compôs
a modinha “Suspiro d'Alma”, com versos do poeta romântico
português Almeida Garrett.
Cercado por autoridades e amigos, com o
governador Lauro Sodré à cabeceira, Carlos Gomes morreu às 22 horas e
20 minutos de 16 de setembro de 1896. Monumento-túmulo do compositor e maestro
Carlos Gomes, localizado no Largo do Carmo em Campinas
Epílogo
Carlos Gomes faz jus também ao nosso
reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou,
mesmo no estrangeiro. Quando da estreia O Guarani, em Milão, o famoso
tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele
usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: "Onde se
vira índio brasileiro barbado?" mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era
um dos grandes cartazes da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou
cantando, após disfarçar os pelos, com pomadas e outros ingredientes.
A procura de instrumentos indígenas foi
outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música nativa, eram
necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não
os encontrou. Foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada
fábrica de órgãos, em Bérgamo.