RESILIÊNCIA: A capacidade do indivíduo construir-se positivamente frente as adversidades.
“Mas, se a sociedade não pode igualar os que a
natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode
reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e
perseverança”. (Ruy Barbosa)
“Não existe discípulo igual ao mestre, todo aquele, porém, que for bem
instruído será como seu mestre”. Nessa instrução contida no Evangelho de
Lucas 6:40, podemos claramente ver a necessidade de instruirmos para sermos
constantemente lapidados.
Sabemos que nos dias
atuais vivemos em uma concorrência constante com as facilidades, sejam estas
promovidas pelo avanço tecnológico, seja pelo sentido putrefo do termo, ou
seja, se dá um jeitinho para tudo. Desse modo, questionamos como devemos nos
portar sem sermos passados para trás, ou o que fazer para não ser prejudicado
pela pesada mão da falta de ética, ausência da sã moral, ou a falta de
profissionalismo que envolve grande parte dos jovens viventes em um período
imediatista. Voltemos ao dia de nossa iniciação, “-Não vos assustem essas espadas voltadas para vós!... Pela direção que
tomam, são a irradiação intelectual que cada Maçom, de hoje em diante,
projetará sobre vós...”[1],
deste trecho podemos extrair que os
maçons mais experientes naquele momento emanaram sobre o iniciado as benesses
da Arte Real, devendo portanto o iniciado, o novo maçom, debruçar-se as
práticas do agir nos ditames da razão e assim, gradativamente ser treinado com
finalidade de chegar a plenitude maçônica em condições de prever dentro de
probabilidades situações nas quais possa se ver envolvido, sabendo como agir
quando a situação puder tomar um viés diverso do pretendido.
O fato, dificílima é a
tarefa de nos mantermos calmos a frente de adversidades, mas temos que entender
isso como necessário, e criar diante as pequenas frustrações um método para
treinarmos nossos espíritos para uma situação realmente dificultosa.
E a esta conduta que
nos encoleriza chamaremos de humor, mas um humor maldoso, nefasto ou mesmo
vingativo pueril.
Um grande talento nunca
se rende às alterações de humor nem permite que seu temperamento peculiar corra
cegamente[2].
Ergue-se acima de tão vulgar falta de compostura. Um dos grandes efeitos da
sabedoria é autorreflexão o que entendemos por V\I\T\R\I\O\L\, quando conseguirmos
reconhecer a presente disposição, conseguiremos realmente dominar nossos
espíritos, vencendo os humores e não se arrastando tiranicamente de uma loucura
para outra.
Ao exercitarmos a
previsão de consequências lógicas, conseguiremos afastar esse humor, pois esse
humor nefasto que nos toma e nos cega nada mais é do que uma indisposição do
Espírito tacanho que se aloja em cada um de nós, mas os sábios, há! Sempre os
sábios, estes se comportam perante esta doença como se esta fosse uma doença
física. As pessoas doentes condenam o elixir sublime como bebida de forte
amargor, mas o pensamento corrige-as e assim devemos nos policiar para corrigir
nossos maus humores, dando livre passagem ao nosso temperamento básico, trata-se
de aplicarmos a técnica da emoção oposta, a fim de equilibrar as escadas da
prudência. Neste sentido, toda vez que for tolhido de um direito, buscará a
forma racional e justa de reavê-lo, não se pode deixar-se levar pela síndrome
do “talião” olho por olho; quando aviltados e instigados a sairmos de nossa
emoção, sermos frívolos bastante para mantermo-nos serenos e não alterarmos o status quo, retribuir a ofensa com
sorriso e entender que aquele que nos ataca não possui argumentos, motivo pelo
qual tenta nos rebaixar ao seu nível. Esta é a hora de voltar à prancheta.
Passados alguns anos
tivemos a satisfação de ouvir a apresentação do Trabalho de 3ª Instrução do
grau de Aprendiz, elaborada pelo Irmão Marcelo Silva, o noviço sabiamente
ensinou a todos nós ao concluir que “Todos
os dias, e em todos os momentos invocamos a presença do G\A\D\U\ para que nos guarde e
guie com a luz da verdade e sabedoria divina, nós Maçons a cada dia aprendemos
mais sobre nossas virtudes, e qualidades
dos seres humanos, e trabalhamos duramente para adquirirmos a cada dia o de
melhor de todos os sentimentos existentes, buscando no nosso passado os erros e
acertos e transformando a saudade em esperança de mudança”[3]. Ficando demonstrada na brilhante peça
de arquitetura a importância de nos renovarmos e de ensinarmos seriamente aos
nossos iguais, um pouquinho daquilo que aprendemos, a final as qualidades dos
seres humanos nem sempre são louváveis, e não sendo eles obrigados a entenderem
isso, a nós nos cabe essa obrigatoriedade, e assim ensinando pelo exemplo e
pela doutrinação.
Sathya Sai Baba na obra
Krishna e a Arte de Liderar ensina que “Os
alicerces do contentamento devem surgir da mente, e aquele que tiver tão pouco
conhecimento da natureza humana a ponto de procurar a felicidade modificando
qualquer coisa que não sua própria disposição, desperdiçará sua vida em
esforços inúteis e multiplicará as mágoas que tenciona remover”[4].
Demonstrando que às vezes devemos mudar de estratégia, rever os conceitos e
posicionamentos que adotamos para assim alterarmos todo um sistema viciado e
corrompido.
CONCLUSÃO
Ao estabelecermos em
nossas vidas o V\I\T\R\I\O\L\, estaremos automaticamente revendo as estratégias para nosso dia
a dia, assim conseguindo prever os possíveis óbices, desse modo, faz-se
necessária a colocação de limites aos nossos desejos, os seja, invés de desejar
destruir, ou que os problemas que nos rodeiam sejam afastados, devemos ser
resilientes e como ensinado pelo Mestre Ruy Barbosa “nos limites da sua energia moral,
pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, usando
portanto dos ensinamentos adquiridos dentro do Templo Maçônico e aplicarmos a
todos que nos cercam, assim construindo não apenas o nosso templo interior, mas também estaremos
assentando com a argamassa mística da Moral cada tijolo da grande fortaleza da
ética e das boas práticas.
O Conhecimento representa a peça
fundamental para o desenvolvimento coordenado e seguro. O homem, desde seu
surgimento, busca verdades e confirmações que sempre estiveram ao seu alcance.
Bastando, para alçá-las apenas o olhar introspectivo.
BIBLIOGRAFIA
·
Ritual do Aprendiz Maçom GLESP-2006
·
DA CAMINO, Rizzardo. Simbolismo do
Terceiro Grau. Madras Editora Ltda. São Paulo, 2006.
·
CHIBBER,
Dr. M.L. Krishna
e a Arte de Liderar. Do original: Leadership – Book for Yout, Parents and Teachers. Fundação Sri Sathya Sai Baba
do Brasil. Madras Editora Ltda. São Paulo, 2003.
·
GRACIAN, Baltasar. Espelho de Bolso
para Heróis. Original: A Pocket Mirror for Heroes. Edições
Temas da Actualidade, S.A. Lisboa / PT, 1996.
·
DA SILVA, Marcelo. Terceira Instrução
de Aprendiz Maçom. ARLS Cavaleiros do Hermon – 335 GLESP. São Paulo, 2010.
Rogo ao G\A\D\U que à todos Ilumine e Guarde, Fraternalmente:
Ir\ EUCLIDES
CACHIOLI DE LIMA
Past-Master
Or\De São Paulo,
25 de novembro de 2016 ( E\V\)
[1] Ritual do
Aprendiz Maçom, pg. 55 – REAA – GLESP - 2ª Edição, Janeiro, 2006.
[2] Espelho
de Bolso Para Heróis, pg. 13.
[3] Marcelo
Silva – 3ª Instrução do Grau de Aprendiz. Outubro de 2010.
[4] Sathya
Sai Baba – Krishna e a Arte de Liderar. Pg. 115 – Citando Peter F. Drucker, Effective Executive, Pan Books
London.