Por João Anatalino
Em: http://omalhete.blogspot.com.br/2016/08/o-segredo-da-maconaria_8.html#more -
Acesso:081744AGO2016
A lenda da
Palavra Perdida
A Lenda da Palavra Perdida é uma alegoria
cabalística, provavelmente criada pelos autores gnósticos dos primeiros séculos
da era cristã. Ela tem como tema central a crença no poder do Nome Sagrado de
Deus e que este era um segredo iniciático da maior relevância. Embora os
sacerdotes da religião judaica já trabalhassem com esse tema desde os
primórdios da adoção do Javismo como religião nacional, foi, entretanto, com o
entrelaçamento das crenças judaicas com a filosofia grega, que o tema ganhou
maior relevância e passou a integrar o conjunto das alegorias que davam corpo á
doutrina que nós hoje conhecemos como gnosticismo.
Na Maçonaria o simbolismo que envolve o Inefável
Nome de Deus é um tema de grande importância iniciática. De uma forma geral, os
maçons adotaram a tradição cabalística de que o verdadeiro significado desse
Nome é um segredo guardado a sete chaves pelos Mestres da sabedoria arcana.
Assim, os ritos maçônicos trabalham com a ideia de que os sons vocálicos
originais do Tetragrama YHVH são interditos ao vulgo, e a pronúncia correta
dessa palavra está confinada á sabedoria de muitos poucos escolhidos.
Essa ideia está expressa na alegoria da Palavra
Perdida, que é desenvolvida no ritual de alguns graus dos Ritos Escocês e do
Arco Real através da Lenda de Enoque e as Duas Colunas de Bronze. Em resumo
essa lenda diz o seguinte:
As colunas
de Bronze
Enoque, durante um sonho que teve, foi informado
que Deus tinha um nome secreto que aos homens não era lícito saber, porque se
tratava de uma palavra de grande poder. Esse nome, Deus o comunicou aos seus
ouvidos, mas proibiu que o divulgasse a qualquer outro ser humano. Nessa
ocasião o Senhor o informou também sobre o castigo que iria ser lançado sobre a
humanidade pecadora, através do dilúvio.
O Inefável Nome de Deus era a chave que poderia
proporcionar aos homens todo o conhecimento secreto e um dia, quando fossem
merecedores, ele lhes seria revelado. Mas para que essa Palavra Sagrada não
fosse perdida após a catástrofe que destruiria a humanidade inteira, Deus
instruiu Enoque para que a gravasse numa pedra triangular, numa língua só
inteligível aos anjos e a ele próprio (a Cabala). Portanto, mesmo que alguém
descobrisse um dia a grafia do Verdadeiro Nome de Deus, isso de pouco
adiantaria ao seu descobridor, pois a pronúncia dessa Palavra Sagrada lhe
estaria interdita.(1)
Antes do dilúvio havia sobre a terra civilizações
bastante desenvolvidas em termos de artes e ciências. Era uma civilização
bárbara, liderada por homens gigantes, os filhos que os anjos caídos (os
nefilins da Bíblia) tiveram com as filhas dos homens. Essa civilização era má,
arrogante e descrente. Por isso Deus anunciou a Enoque que iria
destruí-la. Para preservar os conhecimentos dessas antigas civilizações Enoque
fez com que vários textos, contendo conhecimentos científicos, fossem gravados
em duas colunas, e em cada uma delas esculpiu o nome sagrado. (2)
Uma delas era feita de mármore, a outra
fundida em bronze. Essas colunas ele as pôs como sustentáculo em um
suntuoso templo que mandou construir em um lugar subterrâneo, só dele e de
alguns eleitos, conhecidos. Esse templo tinha nove abóbadas, sustentadas
por nove arcos. No último arco Enoque mandou gravar o Delta Luminoso, que
simbolizava o Nome Inefável, e fez um alçapão onde guardou a pedra na qual ele
havia gravado esse Nome.
Com o evento do dilúvio todas as antigas
civilizações foram destruídas e seus conhecimentos científicos e artísticos
perdidos. Noé e sua família, os únicos sobreviventes dessa catástrofe, nada
sabiam dessas antigas ciências. Das colunas gravadas por Enoque, somente a de
bronze pode ser recuperada pelos descendentes desse patriarca. Nela constava o
Verdadeiro Nome de Deus, mas não a forma de pronunciá-lo, pois essa
sabedoria estava escrita na coluna de mármore. Assim, essa pronúncia
permaneceu desconhecida por muitos séculos, até que Deus a revelou a Moisés em sua
aparição no Monte Sinai.
Mas Moisés foi proibido de divulgá-la, a não ser ao
seu irmão Aarão, que seria, futuramente, o Sumo Sacerdote do povo hebreu. Deus
prometeu a Moisés, todavia, que mais tarde o poder desse Nome seria recuperado
e transmitido a todo o povo de Israel. Segundo a tradição cabalística isso só
aconteceu nos tempos de Shimon Ben Iohai, o codificador da Cabala, mas nem todo
o povo de Israel compartilhou dessa sabedoria, uma vez que ela continuou sendo
transmitida apenas aos rabinos que atingiam os graus mais altos na chamada
Assembléia Sagrada.
Segundo essa lenda, Moisés havia mandado que o Nome
Inefável, com a pronúncia correta, fosse gravado em uma medalha de ouro e
guardado na Arca da Aliança juntamente com as tábuas da lei. Dessa forma, o
Sumo Sacerdote, em qualquer tempo, poderia compartilhar dessa sabedoria e
invocar o Grande Arquiteto do Universo na forma correta.
Esse era o segredo da Schehiná, ou seja, a
estratégia segundo a qual Deus se manifestava ao povo de Israel, através da
Arca da Aliança. Porém, a Arca da Aliança foi perdida em uma batalha que
os israelitas travaram contra os sírios. Mas, guardada por leões ferozes, os
sírios nunca conseguiram abri-la e mais tarde ela foi recuperada pelos
sacerdotes levitas. Durante as batalhas que o povo de Israel travou contra os
filisteus pela posse da Palestina, a Arca foi perdida mais uma vez, sendo
capturada pelo exército inimigo. Os filisteus, que não sabiam do poder que
tinham nas mãos, fundiram a medalha de ouro com o Nome Inefável e a colocaram
num ídolo dedicado ao Deus Dagon.(3)
Esse foi um dos motivos pelos quais Deus instruiu
Sansão para que este praticasse seu último ato de força no Templo dos filisteus
em Gaza, matando um grande número deles. E dessa forma o registro escrito dessa
Palavra foi perdido para sempre.
Assim, durante longo tempo a forma de
pronunciar o Nome Inefável ficou oculta, até que Deus o revelou a Samuel e este
o transmitiu aos reis de Israel, Davi, e depois a Salomão.
Após construir o Templo de Jerusalém, (que
reproduzia a forma e a estrutura do templo construído por Enoque, inclusive com
os nove arcos, onde, no nono, se erguia o Altar do Santo dos Santos, no qual a
Arca da Aliança estava depositada), Salomão determinou a Adoniran, Stolkin e
Joaben a construção de um templo dedicado á Justiça. Estes, após escolher e
cavar o terreno para a preparação dos alicerces verificaram que o lugar
escolhido era exatamente o mesmo onde Enoque havia construído o seu templo.
Após demoradas pesquisas e árduos trabalhos escavando as ruínas, descendo a
diversos níveis subterrâneos, os mestres destacados por Salomão, sob o comando
de Adonhiran, descobriram a coluna de bronze onde o sagrado Delta estava
gravado. Foi essa coluna que serviu de modelo para Hiram fundir as duas colunas
de bronze que ornavam o Templo de Salomão.
Dessa forma, o Verdadeiro Nome de Deus foi
recuperado e pode ser transmitido ao povo de Israel na sua forma escrita, mas a
sua pronúncia permaneceu um segredo compartilhado por poucas pessoas, pois a
coluna de mármore, onde essa sabedoria estava inscrita, fora destruída pelo
dilúvio. Somente Salomão, o Rei de Tiro e os três mestres que desceram ao
subterrâneo detinham esse conhecimento, pois este lhes fora transmitido pelo
profeta Samuel, antes de morrer. Com o desaparecimento daqueles personagens,
ficou perdida novamente a pronúncia da Palavra Sagrada.
Os mórmons e
a Lenda de Enoque
Esse é o conteúdo da lenda maçônica, que revela um
conhecimento iniciático de grande relevância, pois o personagem Enoque não é
exclusivo da tradição hebraica. Ele, na verdade, é um arquétipo presente na
mitologia de vários povos antigos e cultuado como “mensageiro dos deuses” e
arauto do conhecimento divino, transmitido aos homens na terra.
No Egito ele era associado ao deus Toth, que teria
trazido aos homens o conhecimento da escrita, da metalurgia e da agricultura.
Na Grécia foi conhecido como Hermes, o Senhor da Magia e da ciência. Na
tradição celta havia um personagem análogo, que ficou conhecido na mitologia
daquele povo como Merlin, o mago, guardião dos portais do conhecimento. Entre
os maias ele foi Quetzacoatal, o civilizador, que trouxe para aquele povo o
conhecimento que ostentava aquela antiga civilização.
Em todas essas tradições, o personagem aparece como
guardião das chaves do conhecimento, que antigas civilizações ostentaram e
perderam em virtude do mau uso que fizeram deles.
A lenda maçônica, tal qual ela aparece nos rituais,
não será encontrada nos chamados apócrifos de Enoque. Ela provavelmente foi
inspirada nos textos dessas obras, mas não consta textualmente delas. Vale
registrar que ela encontra um curioso paralelo no Livro de Mórmon, onde um
personagem chamado Mórmon, referido como profeta-historiador, invoca os
conhecimentos de uma antiga civilização que teria sido a antecessora dos maias,
astecas e incas, as grandes civilizações da América.
Um desses livros registra o ministério pessoal que
Jesus Cristo teria desenvolvido junto aos povos americanos logo após a sua
ressurreição, ensinamentos esses que teriam sido registrados por Mórmon, que os
entregou ao seu filho Morôni, que por seu turno os ocultou em um monte chamado
Cumora. Durante cerca de dezoito séculos esses ensinamentos, que haviam sido
gravados em placas de ouro, ficaram perdidos. Mas em 21 de setembro de 1821
Cumôni teria aparecido a um maçom- profeta de nome Joseph Smith e mostrado o
lugar onde as placas estariam escondidas. Depois ensinou ao mesmo Smith como
decifrar e traduzir para o inglês os referidos escritos.(4)
Assim nasceu o Livro de Mórmon, Bíblia da Igreja
dos Santos dos Últimos Dias. Trata-se, como se vê, de uma curiosa versão da
lenda maçônica das Colunas de Enoque, e não é possível saber no que uma
influenciou a outra. Considerando que tanto o profeta-historiador Joseph Smith,
quanto seu sucessor no comando da Igreja mórmon, Brigham Young, eram maçons,
bem como um bom número dos primeiros líderes dessa seita, pode-se especular que
eles tinham conhecimento dessa fonte e a utilizaram para compor o seu curioso trabalho.
A Lenda de
Enoque na Maçonaria
A lenda de Enoque, na tradição maçônica se refere
ás viagens que o iniciando tem que fazer, a exemplo dos três Mestres de
Salomão, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, para o maçom, essas
viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar a luz que
existe dentro dele. Aqui temos novamente a evocação, tão cara aos gnósticos e
aos alquimistas, da necessidade de encontrar “dentro de si mesmo” aquela
energia que faz o homem integrar-se à divindade.
Diz a lenda maçônica que com a perda do verdadeiro
significado, o Nome Sagrado foi substituído pelas iniciais IHVH, que
depois de pronunciada é coberta com três Palavras Sagradas, três sinais e três
palavras de passe; somente após o cumprimento desse ritual se chega ao Nome
Inefável. De acordo com essa tradição, os cinco primeiros iniciados no grau de
Cavaleiro do Real Arco foram os próprios reis Salomão e Hiram, rei de Tiro, e
os três Mestres que descobriram o templo sagrado de Enoque. Um juramento de não
pronunciar o Verdadeiro Nome de Deus em vão foi feito pelos mestres
recém-eleitos, juramento esse que se repete na elevação ao referido grau.
Diz ainda a lenda que mais tarde outros Mestres
foram admitidos nessa sabedoria, até o numero de vinte e sete, sendo a cada um
deles distribuído um posto. Outros Mestres, que tentaram obter o grau sem o
devido merecimento receberam o justo castigo, sendo executados e sepultados no
subterrâneo onde a pedra gravada com o Nome Inefável fora encontrada.(5)
A
cristianização da lenda
Por fim, cabe considerar que a Maçonaria cristã se
apropriou dessa lenda para aproximá-la da tradição associada com o magistério
de Jesus Cristo. Essa transposição iniciática foi feita pelos adeptos da filosofia
rosa-cruz, que incorporaram nela a mística da paixão, morte e ressurreição de
Cristo. Assim, a Palavra Perdida passou a ser soletrada pelas iniciais da
inscrição que Pilatos mandou colocar na cruz de Jesus: INRI, que na tradição
rosacruciana designa as iniciais de uma de suas mais significativas metáforas.
Isso porque INRI é um acróstico da frase “Ígnea
Natura Renovatur Integra”, que quer dizer “a natureza se renova pelo fogo”,
metáfora alquímica que simboliza o processo pelo qual os alquimistas obtinham a
pedra filosofal, ou seja, diluindo e recompondo a matéria prima da obra
infinitas vezes até atingir a sua “alma”. Assim, Pilatos, na verdade, estaria
revelando, nos dizeres colocados na cruz de Cristo, o processo segundo o qual
nossas almas poderiam obter a salvação, ou seja, morrendo e revivendo infinitas
vezes, até depurar por completo o “grão de luz” que constitui o seu núcleo.
Dessa forma, o corpo de Jesus simboliza a “matéria prima” da Grande Obra de
Deus.
Para os maçons, todavia, face á influência dos
pitagóricos e dos gnósticos, a questão que está ligada ao Verdadeiro Nome de
Deus exprime também as idéias que a Maçonaria tem de tempo infinito, espaço
infinito, a vida infinita, enfim, todas as manifestações da essência divina na
realidade universal, que são tanto adjetivas quanto substantivas. Explicando
que nenhum dos nomes de Deus adotados pelo homem é considerado pela Ordem como
certo e definitivo, a Maçonaria sugere que o Irmão apenas admita que Deus
existe, mas não lhe dê nenhum nome nem tente conformá-lo á uma imagem, pois que
esse conceito não pode ser reduzido á fórmulas que a mente humana pode
desenvolver.
Esse postulado sugere ainda que o espírito humano
está ligado á essência primeira e única de todas as coisas e não necessita de
quaisquer outros canais de ligação com a Divindade, a não ser a sua própria
consciência e a sua sensibilidade.
Assim, pode-se dizer que para a Maçonaria o
simbolismo do Nome Sagrado está no ensinamento iniciático que ele veicula. Esse
ensinamento nos diz que existe uma chave, uma palavra, um verbo, a partir do
qual todas as coisas foram e são construídas. Essa palavra, esse verbo, se
traduz peloInefável Nome de Deus, verdadeiro e único Principio Criador,
imutável e apriorístico, de onde tudo emana e para onde tudo um dia retorna. É
uma inspiração que vem do Evangelho de São João, onde se diz que no principio
era o Verbo, o Verbo era Deus, e um Deus era o Verbo. Que ele estava no inicio
com Deus e nada do que foi feito foi feito sem Ele, e tudo o que foi feito, foi
feito por Ele. Na doutrina joanista, esse Verbo, o Logos, é o atributo
de Jesus Cristo, pois este, sendo o Filho de Deus, é feito da mesma essência do
Pai e representaria a própria encarnação divina na terra. Assim, para os
cabalistas cristãos, Jesus é a própria Shehiná, a manifestação divina no mundo.
A Palavra
Perdida é o “Logos”
A Bíblia diz que quando Deus se apresentou a Moisés
no Monte Sinai ele não disse qual era seu nome. Ele, conhecido pelos israelitas
como oInominado, por ser absoluta potência, não tinha um nome que pudesse ser
pronunciado por lábios humanos. Ele Era. Por isso Ele disse “Eu sou”,
significando com isso que Ele era o Verbo Divino, a partir do qual tudo o que
existe no universo toma forma e consistência. Ser é a qualidade essencial de
Deus. Qualidade essa que Ele transmitiu aos homens quando lhes deu nome e
consciência de si mesmos.
Porque todo verbo é uma potência a ser
desenvolvida. E todo verbo, em si mesmo, não tem sentido nem significado se não
tiver um predicado. Deus então criou o universo para que ele fosse o seu
predicado, da mesma forma que os homens têm uma missão a cumprir, missão essa
que os predica.
Isso significa que o Verbo, transmitido ao homem na
forma do seu espírito, o fez senhor da criação terrestre. E como o homem
aprendeu a articular “eu sou”, teve também que perguntar a si mesmo “o
que?” E foi para responder a essa inquietante pergunta “eu sou o que?”, que
ele também se viu obrigado a construir um predicado para si mesmo. Esse foi o
detalhe que fez a diferença entre os homens e as outras espécies animais.
Por isso é que “ser é verbalizar”. Ser é dar
sentido á existência, é ter uma resposta para a pergunta: o que somos nós? Em
certos momentos da vida até podemos confundir o ser com “estar” ou
“ter”. Mas estar vivo não é ser vivo, estar feliz não é ser feliz,
e ter algo que se parece com vida ou felicidade não é ser realmente
vivo e feliz. Ser é um estado de perfeita organização interior que
não pode ser afetado por nenhum acontecimento exterior.
É nesse sentido que a Maçonaria adota como núcleo
simbólico a procura da Palavra Perdida, alegoria que evoca o poder místico
que o Verdadeiro Nome de Deus possui. A Palavra Perdida é
o chamado Nome Inefável, cujo conhecimento confere ao seu detentor o
supremo conhecimento, senha necessária, segundo as tradições gnósticas e
cabalistas, para o homem possa entrar no céu, depois de subir todos os graus da
Escada de Jacó. E nessa alegoria tipicamente cabalista está presente todo o
conteúdo iniciático da proposta espiritual da Maçonaria. E na Maçonaria, como
na Cabala, esse é o seu verdadeiro e único segredo.
NOTAS
(1) Na imagem, o Delta com o Tetragrama Sagrado.
(2) A Bíblia se refere aos três descendentes de
Cain, Jubal, Jabel e Tubal-Cain como aqueles que iniciaram a civilização nas
técnicas da agricultura, pastoreio e metalurgia.
(3) Conforme o ritual da Maçonaria.
(4)Foto de Joseph Smith, fundador da Igreja Mórmon.
Fonte: veja.abril.com.br
(5) Aqui se encontra outra referência á Lenda de
Hiram.